Professores chilenos denunciam lucro desmedido na educação

O Colégio de Professores do Chile advertiu sobre mais de 400 centros de ensino que foram multados este ano por graves irregularidades vinculadas a práticas para obtenção de lucro. 

Entre os métodos mais utilizados para lucrar com recursos públicos se encontram: adulterar os registros de participação nas classes e contratar professores sem título para poder pagar menos.

Outra forma muito utilizada é que, quando os professores ficam doentes e precisam faltar, não contratam substitutos, ficando os estudantes sem professores durante esse período.

Assim explicou, em Santiago, Jaime Gajardo, presidente do Colégio de Professores do Chile, junto aos também dirigentes Silvia Valdivia e Jorge Abedrapo, a partir de um estudo nomeado "Mapa da como lucrar com a Educação Escolar".

Gajardo também denunciou que meio milhão de crianças chilenas estudam em condições inadequadas, de precariedade quanto à infraestrutura docente, outra forma de evitar despesas por parte dos gananciosos.

"Estamos falando de mais de 400 colégios que estão em condições de risco devido ao afã de lucro", alertou o líder do grêmio.

Criticou além disso as tentativas de responsabilizar os professores pela crise que se vive a educação, quando fica claro que são os chamados "sostenedores" (entidades privadas que são "sustentadoras" do ensino municipal) os que não investem.

O também dirigente da Central Unitária de Trabalhadores do Chile explicou que tal situação demonstra a necessidade de ter uma legislação que, verdadeiramente, permita fiscalizar o uso dos recursos públicos e garantir projetos educativos sérios.

Para o magistério chileno, o estudo sobre as falhas na educação, encarregado ao Ministério de Educação, demonstra a urgência de pôr fim ao ensino municipalizado.

Fonte: Prensa Latina