Fidel: Um tempo bem vivido, pela Revolução e o socialismo
Neste 13 de agosto, transcorre o aniversário do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, que completa 86 anos. Um tempo bem vivido, quase todo dedicado à sua pátria, à Revolução Cubana, à emancipação dos trabalhadores de todo o mundo, às grandes causas da humanidade, à paz e cooperação entre os povos.
Por José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho
Publicado 13/08/2012 09:33
Não por culto à sua personalidade, mas porque Fidel representa muito, ele recebe nesta data as homenagens do povo cubano e de milhões e milhões de amigos e admiradores em todo o mundo, entre estes estadistas e governantes, políticos, militantes, ativistas sociais e membros de associações de amizade e solidariedade com Cuba.
Fidel já não é o dirigente do governo de Cuba nem do Partido Comunista, onde já foi o principal titular, ocupando os seus mais destacados cargos. Mas de sua figura é inseparável a condição de comandante da Revolução Cubana.
Para os militantes revolucionários, lutadores pela causa do progresso social e emancipação da humanidade em todo o mundo, Fidel é a personalidade mais lúcida de nossa época, a voz mais enérgica na denúncia dos crimes do imperialismo, o pensamento mais agudo a interpretar os gravíssimos problemas políticos e socioeconômicos atuais e a orientar os povos em luta por liberdade, independência, autodeterminação, progresso social, justiça e pelo socialismo.
Inteiramente dedicado à batalha das ideias, da qual se assumiu como soldado, atua como um líder, seguido e cultivado por quem perscruta os caminhos para levar adiante a luta dos povos nas novas condições históricas. “A vida sem ideias de nada vale. Não há felicidade maior que a de lutar por elas”, disse em uma das suas reflexões, há cinco anos.
E que ideias defende Fidel, o que o distingue de outras figuras de sua época? Nada mais que os principios, a visão estratégica, a comprensão profunda daquilo que causa as infelicidades e catástrofes que assolam a humanidade: o sistema capitalista, o imperialismo, a orientação espoliadora, de opressão e guerra aos povos e nações, uma orientação que conduziria ao inevitável desastre se não se organizasse uma luta consequente de resistência e oposição.
O aniversariante de hoje desenvolveu ao longo dos anos a rebeldia, o espírito revolucionário, o patriotismo, o anti-imperialismo, assimilou e desenvolveu o marxismo-leninismo e disso nunca se afastou. No momento em que Cuba arrostava as piores dificuldades, em que era brutal a ofensiva do imperialismo e terrível o bloqueio, Fidel comandou a resistência. Com pulso firme, segurou a bandeira, manteve Cuba no caminho do socialismo e comandou a continuidade histórica da Revolução.
Quando, no início dos anos 1990, a contrarrevolução grassava em toda a parte, o líder da Revolução Cubana deu histórica entrevista à imprensa internacional. Naquele momento, estava em voga vaticinar que o socialismo em Cuba desapareceria no “efeito dominó” da queda dos governos socialistas em países do Leste europeu.
Dizia Fidel perante boquiabertos jornalistas: “Cuba é o símbolo da resistência. Cuba é o símbolo da defesa firme e intransigente das ideias revolucionárias. Cuba é o símbolo da defesa dos princípios revolucionários. Cuba é o símbolo da defesa do socialismo” (…) “O povo cubano vai saber estar à altura de sua responsabilidade histórica”… “E aqueles que mudaram de nome, não sei a quem vão enganar com isso! Imaginem que amanhã nós mudemos de nome e digamos: Senhores, o congresso aprovou que em vez de Partido Comunista de Cuba nos chamemos Partido Socialista de Cuba, ou Partido Social-Democrata de Cuba. Vocês creem que realmente mereceríamos algum respeito? Porque os que mudam de nome são os que mudaram de ideias ou perderam toda a sua confiança nas ideias, perderam suas convicções.” (3 de abril de 1990).
Fidel tem sido um mestre no estudo da realidade concreta, na busca de soluções originais, de acordo com as peculiaridades nacionais, para os problemas de sua época. Marxista-leninista convicto, estudou a fundo também o pensamento de José Martí, o líder da luta pela independência de Cuba. Fundiu na sua obra e ação política o pensamento marxista-leninista e o martiano e armado com esses pressupostos ideológicos educa a jovem geração.
Podemos afirmar sem risco de erro que na história da humanidade e da luta pela libertação dos povos de todo tipo de opressão e exploração, muito poucos líderes deram contribuição tão destacada como Fidel.
Entre estas contribuições, é indispensável ressaltar a Revolução Cubana, a defesa das suas conquistas, a épica luta contra o imperialsimo, que tentou e tenta de todas as maneiras estrangular a nação, a solidariedade internacionalista com todos os povos, o exemplo edificante para o desenvolvimento da luta anti-imperialista na América Latina.
O nosso continente não seria o que é hoje, acumulando vitórias políticas contra o imperialismo e as oligarquias, sem a obra teórica e prática de Fidel, sem o exemplo inspirador e pedagógico da Revolução Cubana.
Ultimamente, Fidel tem dedicado suas reflexões para chamar a atenção a dois graves problemas que assolam o mundo nos dias atuais: a ameaça nuclear e a destruição da natureza. Não é à toa que alguns estadistas que tomaram a palavra na recente conferência Rio+20 realizada no Brasil citaram as suas reflexões, especificamente sobre a questão ambiental. E que sua luta contra a hecatombe nuclear seja sempre mencionada pelos ativistas do Conselho Mundial da Paz.
Ao parabenizar Fidel Castro no transcurso do seu 86º aniversário, a melhor homenagem que podemos fazer é dizer que estamos ao seu lado na luta à qual dedica o melhor dos seus esforços: a libertação dos cinco heróis cubanos presos injustamente em cárceres dos Estados Unidos. A resistência de Antonio Guerrero, Gerardo Hernandez, Fernando González, Ramon Labañino e Renê González é também uma virtude inspirada nos ensinamentos de Fidel.