Identidades falsas chegaram para ficar

A tecnologia e a globalização estão estimulando o comércio de documentos de identificação falsos.

Por redação do The Economist

Um pacote de papel para foto, folhas de plástico e cola em spray: soa como uma lista de coisas necessárias para uma aula de arte na escola, mas tratam-se de ingredientes para a fabricação de uma carteira de identidade falsa. Adicione uma pitada de conhecimento de Photoshop e torna-se possível ganhar US$ 1.500 por semana, de acordo com um ex-vendedor, um estudante de uma escola privada britânica, que costumava vender identidades falsas a seus colegas por US$ 40 a unidade.

O negócio é ainda mais lucrativo nos EUA – uma vez que a idade legal de consumo de álcool é 21 anos, a demanda é maior e os compradores têm mais dinheiro. Um ex-estudante afirma que conseguia vender identidades falsificadas por US$ 120.

O setor de documentos forjados está em franco desenvolvimento, particularmente no mundo anglófilo. Um estudo de 2009 observou estudantes universitários americanos e verificou que 17% dos estudantes do primeiro ano e 32% dos estudantes do último ano tinham uma identidade falsa. Hoje os números são ainda maiores, dizem especialistas.

O uso de identidades falsas também está se espalhando pelo mundo. A China não tem nenhum tabu a respeito do consumo de álcool por menores de idade, de modo que bares raramente inspecionam os documentos dos consumidores. Um lugar conhecido onde se pode adquirir uma identidade falsa é o portão leste da Universidade Renmin em Pequim. Os vendedores desta área afirmam conseguir faturar até US$ 16 mil por ano.

A tecnologia deu uma turbinada ao setor das identidades falsas. É mais fácil fazer boas cópias de qualidade com os programas e impressoras de hoje em dia. Os forjadores não precisam mais produzir um documento de cada vez: os equipamentos mais modernos permitem a produção em massa. E, já que os pedidos podem ser feitos pela internet, não é mais necessário que os fabricantes estejam próximos ou até mesmo no mesmo país que seus consumidores.

Fonte: Envolverde, publicado originalmente no jornal The Economist