Agressão de Israel ao Líbano resultará em retaliação, diz Hezbolá

Caso Israel ataque novamente o Líbano, como fez em 2006, sofrerá uma violenta retaliação por parte do Partido de Deus (Hezbolá), segundo afirmou nesta sexta-feira o líder da organização, o xeque Hassan Nasrallah.

"O preço de uma guerra contra o Líbano será muito caro. Faremos de sua vida um inferno. Não se falará de centenas de vítimas, mas de dezenas de milhares", prometeu Nasrallah em discurso por videoconferência.

Guerra contra o Irã

O secretário-geral do Hezbolá afirmou que a resposta do Irã a qualquer tipo de ataque de Israel direcionado contra o projeto de energia nuclear do país persa será "massiva".

Falando para uma multidão no sul de Beirute, capital do Líbano, por meio de uma video-conferência, Nasrallah destacou que um ataque israelense "abrirá uma histórica e dourada oportunidade para o Irã, que tem sonhado com isso nos últimos 32 anos".

"Se o Irã fosse fraco e não tivesse coragem de tomar decisões, os israelenses não hesitariam em atacar o país e suas instalações nucleares já teriam sido bombardeadas há muitos anos", argumentou.

Nasrallah também afirmou que a animosidade de Israel em relação ao Irã acontece porque Teerã dá "apoio firme e decidido às nações e movimentos regionais" que resistem a Israel e seus aliados.

Inimigo número um

"O Irã representa o inimigo número 1 de Israel. Isso diz alguma coisa para os muçulmanos? O Irã é o inimigo número um de Israel e o inimigo real, no qual eles [israelenses] pensam dia e noite, contra quem conspiram dia e noite. Israel procura perseguir o Irã dia e noite", sublinhou o secretário-geral do Hezbolá.

"Se nós, muçulmanos, acreditamos que Israel é algo errado e maléfico, e se nos acreditamos que o Irã está na direção oposta de Israel, isso não significa que o Irã represente o bem absoluto, mas nós precisamos apoiá-lo", pediu Nasrallah.

Ele afirmou também que o premiê israelense Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Ehud Barak estão fazendo pressões no Ocidente a favor de um ataque militar contra o Irã, a despeito da oposição em massa de generais, autoridades de segurança assim como autoridades e ex-representantes do governo.

"Netanyahu e Barak estão mentindo para seu povo. Eles alegam que semelhante ataque resultaria na morte de 300 ou 400 pessoas e em pouca destruição de bens. Os oficiais militares, no entanto, dizem que o custo dessa aventura é de dezenas de milhares de pessoas", observou.

"Verdadeiro inferno"

Nasrallah também prometeu "converter a vida de centenas de milhares de sionistas em um verdadeiro inferno" caso Israel venha a atacar novamente o Líbano, como fez em 2006.

Na video-conferência, que comemorava o dia internacional de Al-Quds (Jerusalém), o secretário-geral do Hezbolá também afirmou que seu partido tem a capacidade e a coragem de defender o Líbano e que seus mísseis situados em baterias móveis podem atingir alvos dentro da defesa israelense caso Telavive lance um novo ataque contra o Líbano.

"Somos forçados a utilizá-los para proteger nosso povo e nosso país, nós não hesitaremos em fazer isso… e nós transformaremos a vida de centenas de miljhares de sionistas em um verdadeiro inferno", disse, agregando que o Hezbolá já programou os alvos de suas forças militares.

Nasrallah também falou que uma possível nova agressão poderá ser extremamente cara e incomparavelmente maior que a ocorrida em 2006. "A humilhante derrota na batalha de 33 dias fez com que vários oficiais militares se coloquem contra a agressão", destacou. Segundo ele, isso também evita um ataque contra o Irã.

Do Portal Vermelho, com informações da PressTV