ANP condena ingerência de Israel em tentativa de derrubar governo

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou energicamente nesta quarta-feira a tentativa manifestada em carta do governo de Israel em derrubar o governo dos territórios ocupados da Palestina.

O extremista de direita que ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, pede aos membros do Quarteto de Madri por meio de uma carta que ajam pela saíde de Mahmoud Abbas do cargo de presidente da ANP. Indagado sobre o tropeço diplomático de seu governo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não quis comentar o conteúdo da carta.

Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente palestino, disse à agência "Wafa" que o Quarteto deve se pronunciar sobre a carta porque, além dela incitar a violência, representa uma ingerência nos assuntos internos palestinos.

A desastrada carta foi enviada pelo extremista de direita Lieberman na última segunda-feira (20) aos ministros das Relações Exteriores dos EUA, Rússia e União Europeia, assim como ao secretário-geral da ONU.

Nela o ministro israelense pressiona os destinatários para que forcem Mahmud Abbas a deixar a presidência da Palestina.

O pretexto para a derrubada de Abbas utilizado por Liebermann é que o palestino teria se transformado "em um obstáculo para a paz" no Oriente Médio. Liebermann tenta desqualificar a liderança palestina porque, segundo alega, Abbas "se negou" a negociar com Israel antes da cessação das construções das colônias ilegais em territórios palestinos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente palestino, solicitou para Netanyahu que substitua seu ministro das Relações Exteriores, porque a tal carta escrita por ele não contribui em nada para criar um ambiente propício a paz, em um ato que qualificou como "quebra política" de acordos.

Pouco tempo depois da divulgação do texto da carta, o jornal israelense Ha'aretz informou que Netanyahu preferiu fugir ao conteúdo.

"A carta do Ministério das Relações Exteriores não representa a posição do primeiro-ministro ou do Governo", disse ao jornal um alto funcionário de seu escritório.

Segundo desculpas apresentadas por essa fonte, Israel "não interfere em assuntos políticos internos em outros países", enquanto seu chefe de Governo "pretende dar continuidade aos esforços para promover o diálogo com os palestinos".

Apesar de negar que endosse a carta de Lieberman, Netanyahu teria dito que concorda que Abbas "representa certas dificuldades para essas negociações".

A insistência de Israel em não retroceder na questão das colônias ilegais construídas em território palestino fez com que os representantes árabes abandonassem as negociações de paz.

Do Portal Vermelho, com agências