Rússia é o novo membro oficial da OMC

A Rússia integrou-se hoje (22) à Organização Mundial do Comércio (OMC), se tornando o 156º membro da entidade. Com isso, a OMC já cobre 98% do comércio internacional.

A Rússia, dona do 11º PIB mundial e com 143 milhões de habitantes, era a última importante economia do mundo que ainda não fazia parte do sistema de regras do comércio internacional representado pela OMC.

Para os analistas, o ato será um novo motor para o desenvolvimento do comércio mundial e para o aperfeiçoamento do sistema de comércio multilateral.

O ministro do Desenvolvimento Econômico russo, Andrey Belousov, afirmou que, respeitando o acordo, cerca de um terço das mercadorias passam a ter o imposto alfandegário reduzido já no primeiro dia como membro da OMC. Outros 25% das mercadorias reajustam o imposto em três anos. Até 2015, o nível geral do imposto alfandegário russo baixará 3,5%, chegando a 6%. Somente uma pequena parte das mercadorias tem de cinco a sete anos de prazo de proteção.

As negociações sobre a incorporação da Rússia à organização demoraram quase 20 anos. Atualmente quase 20 países mantém mais de 70 medidas restritivas (inclusive proibitivas) em relação às mercadorias russas. A partir de outono, começará o processo de remoção das restrições. "Não restam dúvidas de que a Rússia ganhará, a longo prazo”, assegura o economista Vitor Supian. “Até parece estranho que um país tão enorme não tivesse participado, durante longos anos, da elaboração das regras do comércio internacional. Além disto, os exportadores da Rússia obterão vantagens inegáveis. Tenho em vista os produtores de aço, alumínio e outros metais. Neste ramo, a Rússia tem sérias vantagens na concorrência."

Embora exista o temor de consequências negativas para setores da economia russa, que poderão ser provocadas pela queda das tarifas de importação, no processo das negociações para a adesão à OMC a Rússia conseguiu reservar-se importantes condições de apoio aos produtores e mercadorias nacionais, diz Supian. Em particular, Moscou manteve a possibilidade de prestar apoio governamental aos produtores agrícolas russos. Quanto à redução dos direitos alfandegários, este processo levará vários anos.

Com informações das rádios Voz da Russia e China Internacional