Pronunciamento de George sobre greve dos servidores marca dia

Vereador George reiterou apoio ao movimento que luta pela equiparação salarial com categorias que desempenham trabalho equivalente

george câmara
Na última terça-feira (21), o vereador George Câmara (PCdoB) utilizou a tribuna do plenário da Câmara Municipal para realizar pronunciamento sobre a greve dos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e dos servidores públicos federais. George reiterou o apoio à greve e se solidarizou com os trabalhadores de ambas as áreas por entender que a luta das duas categorias por melhores salários e por condições mais dignas de exercerem suas atividades são essenciais para áreas fundamentais para o desenvolvimento das nossas cidades.

O parlamentar colocou que a situação tornou-se indispensável de discussão e de urgente, além de fazer votos que governo federal e servidores entrem em acordo o quanto antes para que dessa maneira possam reduzir o impacto que as duas paralisações ocasionam.

Além do incremento de pelo menos 50% no orçamento, o movimento grevista reivindica equiparação salarial com os funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo o diretor da Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra (Cnasi), Reginaldo Marcos Aguiar, os servidores do Incra desenvolvem as mesmas atividades e ganham um terço do que os funcionários do Ministério ganham. A paralisação do Incra e MDA já dura mais de um mês.

O INCRA vem apresentando um orçamento, em valores reais, em linha descendente nos últimos três anos e seus servidores recebem um salário médio equivalente à metade dos órgãos assemelhados, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O Incra tem 5.500 servidores na ativa, mas dois mil estão prestes a se aposentar, pois já têm tempo de serviço e idade para tanto. No MDA, há mil trabalhadores, mas somente 127 são concursados. Uma das reivindicações dos servidores é concurso para quatro mil profissionais – três mil no Incra e mil para o MDA. Reivindicam ainda, os servidores, a ampliação do orçamento do Incra de R$ 4 bilhões para R$ 6 bilhões. Atualmente o Incra atende diretamente a 10 milhões de pessoas em todo o País, com atuação em cerca de dois mil municípios.

O quadro funcional do Incra não recebe aumento real desde 2007 e, se comparado a carreiras afins do próprio Executivo, a diferença de vencimentos ultrapassa 500 %. Assim como nos outros estados, O Rio Grande do Norte também está com déficit de servidores para fiscalizar a malha fundiária e de criar, desenvolver e fiscalizar ás áreas da reforma agrária no Estado.

A carreira, quando comparada a outras do Executivo Federal, desestimula a permanência do servidor no Incra. O resultado é a evasão dos profissionais em busca de novos concursos públicos o que tem sido comum na instituição.

Representantes dos servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) se reuniram com políticos e técnicos do MPOG para apresentar a proposta de fortalecimento da capacidade institucional do Incra e as tabelas que comparam os salários dos servidores desta autarquia com de outras carreiras do executivo federal. Os representantes solicitam apoio para tratar do assunto na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da cámara e senado federal.

De acordo com a proposta apresentada, nos últimos 18 anos o Incra ampliou em 859% o número de projetos de assentamentos da reforma agrária, em 482% o número de famílias assentadas, em 480% a área sob posse para assentamentos e em 264% o número de municípios com projetos de assentamento.

A proposta ainda relata o aumento das atribuições que o órgão assumiu quais sejam: Assistência Técnica e Extensão Rural; Educação de Jovens e Adultos; Georreferenciamento da Malha Fundiária Nacional; Certificação de Imóveis Rurais; Agroindustrialização e Comercialização em Assentamento; Titulação de áreas remanescentes de Quilombolas; Desintrusão de não-quilombolas em áreas quilombolas; Formação e Capacitação de Nível Médio e Nível Superior PRONERA; Concessão de Bolsas de Capacitação e Formação Profissional PRONERA; Reassentamento de famílias atingidas por barragens; Licenciamento e Gestão Ambiental; Acompanhamento de obras do PAC; Controle da Aquisição de Imóveis por Estrangeiros; Desintrusão de não-índios em áreas indígenas; Desintrusão de posseiros em unidades de conservação; Formação e Capacitação de Agentes de ATER.

George leu o manifesto emitido pelos servidores em greve do Incra. Acompanhe na integra o conteúdo do texto:

 

MANIFESTO EM DEFESA DA ESTRUTURAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
Considerando que os órgãos de desenvolvimento agrário – o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) –, tiveram o seu quadro de pessoal reduzido no últimos anos, de nove mil para cerca 5,5 mil servidores. Processo de precarização que tende a se intensificar, visto que somente no Governo Dilma, outros dois mil servidores estarão em condições de se aposentar.

Considerando que a baixa remuneração percebida pelos servidores destes órgãos, para além da aposentadoria, tem sido importante agente de evasão dos quadros funcionais. A remuneração dos servidores efetivos do MDA e INCRA é, em média, duas vezes e meia inferior à do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Sendo que em todos os órgãos, INCRA, MDA e MAPA, realizam-se funções similares e até 2008 tinham seus salários equiparados.

Considerando a importância do desenvolvimento agrário para a distribuição de renda e riqueza e o fim das desigualdades no Brasil.

Considerando a importância da agricultura camponesa e da reforma agrária para um desenvolvimento equilibrado, sustentável e que responda aos centrais desafios do nosso povo, aos desafios da produção e acesso a alimentos saudáveis, aos desafios da conservação ambiental.

Considerando a importância estratégica para o país do gerenciamento da estrutura fundiária nacional, através do conhecimento da malha fundiária mediante o cadastramento e certificação dos imóveis rurais.

Estas são as razões que levaram as organizações, parlamentares e pessoas abaixo assinadas a se unirem no processo de luta pela estruturação dos órgãos agrários. Compreendemos a importância da construção da unidade em torno do tema, buscando avanços concretos na pauta. Pois não faz sentido que o governo tenha como lema a erradicação da miséria, ciente que 50% da população abaixo da linha da pobreza estejam no campo, e que ainda assim mantenha os órgãos públicos chaves para superarmos essa situação com uma estrutura humana tão precarizada, com falta de pessoal e uma devida valorização dos seus servidores.

Sabemos ser central estes órgãos estarem estruturados para que se desenvolvam as políticas públicas para a agricultura camponesa e a reforma agrária. A agricultura familiar e camponesa é responsável por 70% dos alimentos que chegam na mesa do povo brasileiro, além de abranger cerca de 30 milhões de pessoas. E devida a esta importância estratégica para o país, que os órgãos agrários e seus servidores precisam ter o tratamento em igual magnitude.

Assim nos somamos nessa luta pela estruturação dos órgãos agrários, como elemento fundamental para a transformação do campo brasileiro.
 

Atenciosamente,

CNASI – Confederação Nacional dos Servidores do INCRA
ASSINAGRO – Associação nacional dos Agrônomos do INCRA
AsseMDA- Associação dos servidores do MDA


No Rio Grande do Norte:
Assincra-RN – Associaçáo do Servidores do INCRA
Delegacia estadual da Assinagro
Representante do SINTSEF no INCRA
George também leu em plenário, matéria do site vermelho.org sobre a greve dos Servidores Federais. Acompanhe abaixo o texto na integra:

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=191897&id_secao=8