Dois terços dos que passam fome no mundo estão na Ásia

Por isso a segurança alimentar global depende da estabilização do preço do arroz, cereal mais consumido na região, garante a FAO

O diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graciano da Silva, advertiu nesta segunda-feira (27) que os preços dos alimentos se manterão altos e voláteis nos próximos dez anos.

Em uma entrevista ao diário francês Le Monde, da Silva argumentou que, diante dessas perspectivas, é fundamental criar reservas de alimentos básicos para garantir a segurança alimentar e evitar a alta na importação de comida.

O diretor da FAO argumentou que cada país deve contar com provisões próprias para uma semana e um mês, tendo em conta que a atual situação é diferente da de 2007-2008.
Acrescentou ainda que, para alcançar segurança alimentar, é urgente estabilizar o preço do arroz e criar reservas, pois, por exemplo, dois terços das pessoas que estão em situação de insegurança alimentar vivem na Ásia e dependem desse cereal.

Insistiu que outro fator decisivo para mudar a tendência de alta nos alimentos é não empregar mais oleaginosas na produção de biocombustíveis, embora não tenha desestimulado essa via para obtenção de energia, apenas recomendou não buscar a competitividade energética tendo em perspectiva desse e outros tipos de cereais.

Em recente nota da FAO, foi divulgada a informação de que os preços dos alimentos subirão 6% em julho deste ano, depois de três meses de queda. O indicador, que mensura as mudanças dos preços internacionais em uma cesta de produtos básicos, acusou alta de 213 pontos em julho, 12 pontos acima do nível em junho.

Com certeza, o dado atual demonstra queda comparado a fevereiro de 2011, quando atingia 238 pontos.

A sensível alta desse indicador foi impulsionado principalmente por um aumento das importações dos cereais e açúcares.

Fonte: Prensa Latina