Irã sedia Não Alinhados defendendo demandas dos povos
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, disse neste domingo (26) que os direitos humanos constituem a espinha dorsal das demandas dos povos. A declaração foi feita na sessão de abertura da reunião de peritos da 16ª Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, em Teerã.
Publicado 26/08/2012 14:09
Salehi disse que a questão dos direitos humanos não deve ser utilizada por certos governos, que têm o pior registro como violadores desses direitos.
"Os direitos humanos não devem ser implementados com base na abordagem seletiva e deve-se afastar a política de duas caras."
"Os Direitos Humanos devem ser buscados com base no diálogo, no respeito mútuo, no respeito à soberania nacional, à integridade territorial, à não-interferência nos assuntos internos dos países, adotando uma política imparcial sobre as suas características culturais, religiosas, sociais, históricas e políticas", disse o chanceler iraniano.
Sobre os principais objetivos do Movimento dos Países Não Alinhados, Salehi afirmou que são o progresso, o desenvolvimento e a paz.
"Há uma série de desafios diante do Movimento dos Países Não Alinhados, tais como a segurança social e o meio ambiente”, asseverou.
“A paz e a segurança internacionais são as prioridades das nações do mundo”, prosseguiu o chanceler iraniano, acrescentando que há outras áreas de preocupação que devem ser atendidas, como disputas e conflitos internos e internacionais, assim como as ameaças ao meio ambiente, a crise econômica, as doenças contagiosas, o crime organizado e a imigração.
"Precisamos de um sistema justo, claro e eficiente de administrar a comunidade internacional para lidar com os desafios globais que têm raízes na crise econômica, as ameaças de segurança globais, a degradação ambiental, as alterações climáticas, a imigração e as doenças contagiosas."
Para alcançar suas metas, o Movimento dos Países Não Alinhados deveria adotar linhas mais coordenadas, disse o chanceler.
"Precisamos adotar uma abordagem abrangente com a contribuição de todos os países para seguir com os princípios da Carta da ONU a fim de promover a amizade, a convivência e o respeito mútuo", disse.
"A República Islâmica do Irã está pronta para assumir esta grande responsabilidade através presidência do Movimento dos Não Alinhados para ajudar a defender o estatuto e o importante papel da organização no mundo, solicitando a contribuição coletiva e a assistência de todos os Estados-membros", acentuou Salehi.
Diálogo na Síria
Horas antes, durante encontro com o ministro da Reconciliação Nacional da Síria, Ali Haydar, Salehi destacou os esforços pela estabilidade e a restauração da ordem na Síria, através de meios pacíficos.
Ele mencionou a política de princípios do Irã voltada para o objetivo de ajudar a resolver problemas nos países vizinhos e em nível regional.
Apontando para o plano de paz de seis pontos apresentado pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Anan, o chanceler iraniano pediu a suspensão da violência e a criação de um mecanismo para atender às demandas populares, por meio de um processo de conversações entre o governo sírio e os grupos políticos, com a participação de todos os partidos políticos nos assuntos do país e impulsionando o diálogo nacional pela paz e a estabilidade duradouras na Síria.
O ministro sírio agradeceu o apoio e a ajuda do Irã e defendeu que o diálogo deve ser o meio para resolver a crise, o que pressupõe o fim de toda a violência e a rejeição a qualquer interferência estrangeira e envio de armas e tropas para a Síria.
Ineficiência das sanções imperialistas
O vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, que é também encarregado dos assuntos árabes e africanos, disse que a realização da 16ª Cúpula dos Países Não Alinhados em Teerã prova a ineficiência das ameaças e sanções dos EUA contra o Irã.
Ele declarou à agência iraniana de notícias Irna que apesar da pressão dos EUA e de alguns outros países sobre o Irã, suas políticas anti-iranianas estão condenadas ao fracasso.
Amirabdollahian ressaltou a importância da presença de chefes de Estado e delegações de alto nível dos países não alinhados em Teerã e a coincidência disto com o despertar islâmico na região.
Ele disse que a Cúpula de Teerã frustrou os esforços desprendidos durante 18 meses pelos EUA e o regime sionista para derrubar o governo da Síria, em uma tentativa de enfraquecer a frente da resistência.
O vice-ministro disse também que a realização da 16º Reunião de Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados no Irã melhora a posição do país nos fóruns internacionais, em um momento em que os EUA e a União Europeia estão a enfrentar uma grave crise financeira.
Amirabdollahian descreveu o Irã como um dos países mais independentes do mundo, que tem o compromisso com o Movimento dos Países Não Alinhados e disse que a atual situação internacional realça a importância da Reunião de Cúpula dessa organização.
Presidência Rotativa
A 16ª Reunião de Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados realiza-se em Teerã de 26 a 31 de agosto.
Durante a reunião, a República Islâmica do Irã assumirá a presidência rotativa da organização pelos próximos três anos.
O Movimento dos Países Não-Alinhados inclui 118 Estados-membros que representam os interesses e prioridades dos países em desenvolvimento.
A Venezuela sediará a próxima Cúpula do Movimento em 2015.
Da Redação do Vermelho, com informações da Agência Irna