Lula pede união dos movimentos para integração latino-americana

O desenvolvimento dos países passa pelo desenvolvimento de sua política externa. Tendo isso em mente, o Instituto Lula organizou nesta terça-feira (28) o Encontro com Movimentos Sociais “Desafios e perspectivas da integração latino-americana”.


                                                                            Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Segundo Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula, um objetivo central deste encontro foi estudar formas de “garantir a participação de movimentos sociais e da sociedade civil, como um todo, nesse processo e evitar que a integração da América Latina ocorra apenas entre empresas e Estados da região”.

Dezenas de organizações sociais foram convocadas para debater o assunto. A CTB representada por seu presidente, Wagner Gomes, que se somou a outras centrais sindicais e entidades como a Conam, a Contag, a UNE, Ubes, Unegro, entre outras.

Após a fala de abertura de Luiz Dulci, o assessor especial internacional da Presidência da República Marco Aurélio Garcia retomou um pedaço do histórico da política externa brasileira, com foco na América Latina. Marco Aurélio Garcia lembrou que vivemos hoje numa região em paz, democrática, mas ainda marcada pela desigualdade. “Melhoramos em emprego e renda, mas ainda somos vítimas de uma desigualdade especialmente difícil de combater, porque temos deficiências na saúde, educação e uma violência que atinge especialmente os pobres”.

Ele retomou ainda parte da história e os desafios das relações exteriores do Brasil, e cumprimentou o ex-presidente Lula, que acompanhou todo o evento. “Lula foi o responsável pela grande transformação pela qual passou o Brasil e sua política externa nos últimos anos”. E terminou com um desafio. “Eu não posso viver bem na minha rua se meus vizinhos são pobres, miseráveis. Temos de construir uma comunidade de bem-estar”.

Depois das falas iniciais, foi aberto o debate quando diversos representantes das entidades presentes se manifestaram sobre as possibilidades e os desafios da integração latino-americana.

O ex-presidente Lula encerrou o encontro com uma fala de 30 minutos, na qual resssaltou a importância dessas discussões para, em primeiro lugar, “ter exatamente na cabeça o que queremos dessa integração, para balizar as ações futuras, sem abrir mão das outras lutas”.

Lula deixou claro seu ponto de vista de que não é possível integração sem instituições multilaterais fortes e sem o que ele chamou de “paciência” para tratar as desigualdades. “Se cobra da Bolívia o mesmo que se cobra da Suíça, isso não é certo”. O ex-presidente estimulou outras reuniões como essa, que vão gerar documentos para que outros países debatam e tragam suas próprias ideias e propostas. “Precisamos criar, com muita paciência, um marco regulatório da integração”, pediu.

Estratégia

Durante o encontro, foram destacados cinco pontos estratégicos para a mobilização das entidades, em prol da integração latino-americana:

1. Estimular a elaboração de um pensamento estratégico de integração latino-americana e caribenha.

2. Difundir conhecimentos que mantenham o interesse da sociedade brasileira pela integração latino-americana.

3. Ampliar a participação da sociedade civil brasileira nos processos de integração.

4. Favorecer a troca de experiências em políticas públicas inovadoras entre os países da região, sobretudo no combate à fome e à pobreza.

5. Incentivar investimentos que incrementem a integração produtiva e de infraestrutura física da região.

Fonte: CTB