Publicado 31/08/2012 15:53
Nota muralha da China, fogos dos poços sauditas
E vê lá de longe nossos resplandecentes cristais
Mas quem vive em Cristalina, aqui dorme e namora
Sente apenas seus belos e singelos sinais
São luzes que penetram fundo em qualquer ser
Parecem apenas pedras, rijas, sólidas e benditas
Mas que influem muito em nosso pequeno crer
Que convivem de perto com o pequi ou a amora
E estão juntinho da gente em cada adormecer
Quem vai para o leito, já esmorecido pela andança
Em seus sonhos se alevantam graciosas pepitas
De pedras, devaneios, viagens e esperança
Dos sentimentos em que a doce vida se escora
No rumo ao futuro, sem mágoa nem vingança
Soerguimentos do solo, deveras profundos
Cantos do coração, sem dores nem gritas
Sortimentos de rações desses nossos mundos
Suprimentos do passado e dos dias de agora
Fugindo das locas e de paços imundos
Como supercondutores, em válvulas e agulhas
Foram motor da indústria e animaram artistas
Mas estão no solo, em luminosas fagulhas
Num gesto que a todo dia nos rememora
O brilhante brilho em espontâneas tulhas
Pedras vulgares nos vastos cerrados delas
Para nós as mais verdadeiras ametistas
Nobres, multipresentes, únicas e tão belas
É o quartzo, que se cria com farta demora
Os teremos nas mãos ou veremos em telas
Essas pedritas, o alimento que nos revigora