Não Alinhados defendem Palestina, paz e energia nuclear pacífica

O apoio ao reconhecimento do Estado palestino, o direito dos países em desenvolvimento à energia nuclear pacífica e a paz sustentável no mundo concentraram as atenções do Movimento de Países Não Alinhados durante a semana passada, de 26 de agosto a 1º de setembro.

Os meios de informação do Irã, que acolheu a 16ª Reunião de Cúpula dos Não Alinhados, destacaram neste sábado (1º/9) a prioridade dada a esses temas na Declaração Final da conferência, que contou com a participação de mais de 45 chefes de Estado, de governo e vice-presidentes.

O documento, composto de 11 artigos e quase 700 parágrafos, sublinhou a preocupação dos mandatários e demais autoridades de cerca de 50 países –incluídos os 120 membros e os observadores – pela atual situação internacional e os problemas que o mundo sofre.

"A ocupação da Palestina e os crimes cometidos pelo regime sionista israelense nos territórios ocupados sempre têm estado na raiz das tensões no Oriente Médio", sublinharam os que assinaram o documento conhecido como Declaração de Teerã”.

Acrescentaram que qualquer solução para pôr fim à crise deve incluir vias para acabar com a ocupação e restituir os direitos inalienáveis da nação palestina.

Dentre desses direitos, se acentuou especialmente que os palestinos possam "determinar seu próprio destino e estabelecer um país estável e independente com a Sagrada Al-Quds (Jerusalém) como sua capital", só assim – afirmou a Declaração – haverá uma paz sustentável na região.

Igualmente, a declaração sublinhou o fato de que as armas atômicas são as formas desumanas de todas as armas”, e afirmou que o Tratado de Não Proliferação Nuclear "não é desculpa para que as grandes potências mantenham enormes arsenais".

O documento defendeu ainda o "direito absoluto de todos os países a desenvolver, investigar, produzir e usar a tecnologia nuclear para fins pacíficos".

Depois de ratificar a vigência dos princípios fundadores do movimento, os signatários se comprometeram a fazer grandes esforços para estabelecer um mundo regido pela paz, a cooperação, a igualdade e a prosperidade.

A televisão e as principais agências noticiosas estatais iranianas resenharam que os Não Alinhados enfatizaram a formação de um sistema justo, transparente, totalmente inclusivo e com inclusão efetivamente universal, baseado na cooperação entre todos os países.

Dessa forma, apontou o texto, se poderá enfrentar os presentes desafios a segurança, assim como as ameaças ao meio ambiente, a mudança climática, a imigração e as enfermidades epidêmicas.

Para resolver esses problemas, prosseguiu, deve-se assinalar que o procedimento atual na tomada de decisões internacionais sobre temas relativos à paz e à segurança "está falido e requer mudanças imediatas", começando por uma reforma abrangente da ONU.

O Movimento de Países Não Alinhados deplorou igualmente o racismo e a discriminação étnica por serem "claros insultos à dignidade humana", e pediu medidas apropriadas e firmes decisões para combater a xenofobia, a "islamofobia" (aversão ao Islã) e novas formas de escravidão e tráfico humano.

Ao resumir as seis jornadas da conferência (o segmento dos especialistas, o dos chanceleres e a Cúpula de chefes de Estado e governo), o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmou que os países-membros do Movimento de Páises Não Alinhados "deve passar das palavras às ações "para fazer valer o que foi decidido em Teerã.

Redação do Vermelho com Prensa Latina