Não alinhados: Celac é passo histórico na integração regional

A 16ª Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados (MNA), realizada em Teerã, no Irã, manifestou apoio às mudanças e conquistas políticas, econômicas e sociais registradas recentemente na América Latina, inclusive a criação da Celac, da Unasul e do Banco do Sul.

Países Não alinhados - AFP

A seção da Declaração Final de Teerã dedicada à América Latina e Caribe valorizou as transformações naquela região como uma contribuição ao bem-estar de seus povos e a redução da pobreza, assim como a solidariedade entre seus Estados membros.

Integração latino-americana

O texto considerou a criação da Celac como um “passo histórico no desenvolvimento e integração” dessa parte do mundo, além de saldar a entrada em vigor do tratado constitutivo da Unasul.

O texto se referiu ao organismo como uma contribuição à integração cultural, social, econômica e política da região e elogiou sua aprovação como observador na Assembleia Geral da ONU.

Também foram saudadas a iniciativa de criação da Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (Alba-TCP) e Petrocaribe; a criação do Sistema Único de Compensação Regional de Pagamentos (Sucre) e a cooperação Sul-Sul dos mecanismos América do Sul – Países Árabes (Aspa).

O MNA condenou o golpe de Estado ocorrido no Paraguai e manifestou apoio ao Equador em sua disputa diplomática com a Inglaterra — por ter decidido conceder asilo a Julian Assange, fundador do Wikileaks, refugiado, na embaixada equatoriana em Londres — e à Argentina em sua reivindicação para a restituição da soberania das ilhas Malvinas.

Cuba

A cúpula se solidarizou com Cuba e pediu ao governo estadunidense que ponha fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro que, além de unilateral, extraterritorial e contrário ao direito internacional, causa grandes perdas materiais e danos econômicos ao povo cubano.

A crueldade do embargo econômico contra a ilha caribenha foi ressaltada pelo vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura em sua intervenção na MNA.

“O heroico povo cubano vem tendo que pagar um preço muito alto pela defesa de sua independência e soberania. Tem resistido desde pressões políticas, insidiosas campanhas de mentiras, subvenção e terrorismo, a invasão militar e ameaça de extermínio nuclear, até o mais desapiedado, longo e cruel bloqueio econômico da história, imposto pela potência mais poderosa do planeta. Mas Cuba se mantém firme na defesa das conquistas de nosso povo e no aperfeiçoamento de nosso sistema, sem imposições externas”.

O vice-presidente ressaltou ainda que “os princípios de soberania, integridade territorial e não ingerência nos assuntos internos dos Estados são invioláveis. Sem eles, as nações pequenas e fracas seriam abandonadas à mercê das grandes e fortes. Cuba se opõe e se oporá a toda ação de força que viole o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.

Neste sentido, ressaltou que “o que aconteceu ontem com a Líbia e os acontecimentos mais recentes na República Árabe Síria demonstram que o governo dos Estados Unidos, com seus aliados europeus na Otan, promove, sem dissimular, a derrubada pela força dos governos soberanos. Temos apoiado, e o reafirmamos hoje, o direito do povo sírio ao pleno exercício à autodeterminação e à soberania, sem ingerência, nem intervenção estrangeira. Confiamos na capacidade do povo e do governo sírio para resolver seus problemas internos mediante o diálogo e a negociação”, ressaltou.

E concluiu afirmando que “o movimento [dos países não alinhados] é hoje mais necessário do que nunca. Devemos exigir e defender as reivindicações dos bilhões de seres humanos que vivem nos países do sul e reclamam seus direitos. Os desafios são grandes, mas nossa determinação deve ser maior. Sabemos que a razão está de nosso lado e temos fé na luta dos povos. Nunca renunciaremos a um mundo de paz, justiça, equidade e desenvolvimento para todos”.

Da Redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina