Síria reitera apego a solução pacífica

O enfrentamento entre forças governamentais e grupos armados, e as ameaças destes contra a aviação civil, fazem parte hoje do panorama na Síria. Nesse cenário, o governo do país reiterou seu apego ao plano de paz do enviado espacial da ONU, Kofi Annan. A posição foi expressada pelo representante nas Nações Unidas, Bashar al-Jaafari, que chamou todas as partes que têm influência sobre os grupos armados a cooperar com o novo mediador da ONU, Lakhdar Brahimi.

Ele observou que a renúncia de Annan ante as travas colocadas à sua gestão não deve ser motivo para deixar de lado o seu plano de seis pontos.

Al-Jaafari disse que as autoridades responderam desde o início às legítimas demandas populares e tentaram aberta e construtivamente todos os esforços para resolver pacificamente a crise interna, destacam nesta quarta-feira a agência de notícias síria Sana e espaços da televisão local.

O representante sírio também abordou o apoio dado à missão de observadores na Síria, dando todas as facilidades necessárias para que trabalhasse dentro dos limites dos entendimentos alcançados e do quadro da soberania e da independência nacional.

Ele ressaltou que agora deve estar claro para todo mundo que o que expressa seu país – sobre a presença de grupos armados e terroristas apoiados por partes internacionais e países regionais e árabes – é uma realidade.

Coincidindo com a visita de uma delegação da Cruz Vermelha Internacional, o embaixador declartou que seu país sempre manifestou total disponibilidade para cooperar com todos os esforços sinceros que têm como objetivo proporcionar assistência aos cidadãos sírios por objetivos puramente humanitários.

"O povo sírio nunca precisou de ajuda de ninguém antes da interferência flagrante estrangeira em seus assuntos internos", disse.
Nas últimas horas, o Exército Árabe Sírio (EAS) liquidou dezenas de insurgentes em Yanddoul, na cidade de Aleppo, a 350 quilômetros ao norte da capital e centro de violentos confrontos nas últimas semanas.

Em uma área rural da província, na zona de Khanaser, uma unidade do EAS destruiu na madrugada de hoje três veículos blindados com metralhadoras Dushka, enquanto se mantêm o movimento de homens e armas da vizinha Turquia, algo que já não mais se oculta aos olhos do público.

A respeito da situação, o Conselho Supremo Islâmico do Iraque, Ammar Hakim, expressou preocupação com a presença de grupos armados de terroristas na Síria e suas implicações sobre os países vizinhos. Hakim afirmou que esses bandos irregulares trabalham para conseguir os interesses de alguns países estrangeiros.

Enquanto isso, de acordo com a emissora Russia Today, os EUA pactuaram com a rede Al-Qaeda o envio de mais de cinco mil terroristas do Iêmen para aumentar a crise na Síria . "Um líder do grupo terrorista no sul do Iêmen, Tariq al-Fadhli, pactuou este passo com a Arábia Saudita e Washington com o fim de apoiar os rebeldes e derrubar o presidente Bashar al Assad", declarou a emissora.

Informações divulgadas pelos meios de comunicação da região indicam que os mercenários entrarão através da Turquia e procedem de cidades do sul do Iêmen de Zanzibar e Jaar. O jornal norte-americano The New York Times descreveu Al-Fadhli como um dos terroristas mais perigosos do país.

Recentemente, o jornal britânico The Guardian revelou que os combatentes da Al-Qaeda estavam no comando dos insurgentes sírios e os ensinavam a construir bombas, o que talvez seja um reflexo de vários atentados terroristas nos últimos dias em Damasco e arredores.

Algo sobre o que não há uma declaração oficial do governo sírio, mas sim duras coindenações do exterior, é a ameaça do chamado Exército Livre da Síria de que a partir de 3 de setembro começará a abater aviões comerciais com destino aos aeroportos civis de Damasco e Alepo.

Opositores argumentam que esta iniciativa procura acabar com o fornecimento de equipamentos militares que, segundo afirmam os rebeldes, chegam à Síria pela Rússia, Iraque, Irã e Líbano.

Alguns especialistas acreditam que se o fato for consumado, a chamada oposição síria perderia toda a legitimidade, a pouca que tem, dentro da comunidade internacional, com o que conseguiria um efeito oposto a seus propósitos.

Com Prensa Latina