Dilma lembra que “o povo quer comida, diversão e arte”

“Uma nação não se afirma sem que tenha condições de manifestar-se em sua cultura”, enfatizou a presidenta. E citou as várias ações desenvolvidas pela ex-ministra e que devem ser continuadas na nova gestão.

A presidenta Dilma fez questão de elogiar e agradecer enfaticamente a ex-ministra, destacando a maneira como se conduziu “diante dos ataques injustos e excessivos”. A fala da presidenta foi muito aplaudida.

Antes, em seu discurso, Ana de Hollanda explicou porque defende com ênfase os direitos autorais – um dos pivôs de sua administração polêmica. “Por que defendo tanto o direito autoral? Porque eu penso na produção brasileira que tem que ter os seus direitos garantidos. Me preocupo com quem vive de criar e tem que ter condições de se manter criando essa maravilha que é a cultura. Isso nunca nem foi bem compreendido”, afirmou.

O Brasil não conhece o Brasil

Ana de Hollanda também citou trecho de uma música, de autoria de Aldir Blanc, dizendo que “o Brasil não conhece o Brasil” e que ela teve oportunidade, no cargo de ministra, de conhecer toda a diversidade e riqueza cultural do país. “Fiquei feliz em ter conhecido esse Brasil que é muito maior e muito mais rico do que se conhece” e encerrou sua fala dizendo que vai continuar “acompanhando e colaborando com esse governo que me orgulho muito de ter participado”.

A nova ministra retribuiu os elogios de Ana de Hollanda a ela e agradeceu a manifestação de continuar colaborando com o governo, inclusive no processo de transição. Ao falar da alegria de assumir o cargo, Marta destacou que além de trabalhar em uma área que aprecia e conhece a importância, vai poder trabalhar proximamente a “essa mulher forte, arretada e que eu tanto admiro e com quem dialogo muito bem”, referindo-se à presidenta Dilma. A declaração provocou muitos aplausos do público formado por autoridades e a classe artística.

Marta Suplicy agradeceu aos colegas senadores pela aprovação da PEC do Plano Nacional de Cultura. E fez um pedido aos deputados para que tenham o mesmo empenho para a aprovação do Vale-Cultura, que, segundo ela, fará uma revolução na vida do povo brasileiro e vai ajudar no desenvolvimento da cultura brasileira.

Riqueza e diversidade

Nos três discursos, houve referência em comum à riqueza e diversidade cultural como traço importante do Brasil. E menção enfática do trabalho de valorizar e respeitar a diversidade cultural. “Essencial para que possamos construir a nossa nacionalidade”, destacou a presidenta.

Dilma disse que seu governo trabalha para garantir o financiamento e a circulação para ampliar o espaço cultural. E destacou que a ministra Marta Suplicy herdará da ex-ministra Ana de Hollanda um orçamento que em 2013 chega a R$ 3 bilhões e pode alcançar mais R$ 2 bilhões pelas leis de incentivo, o que representa aumento de 65% sobre o orçamento de 2012.

E citou ainda as ações que são legados de Ana de Hollanda, como as praças dos esportes e da cultura que estão sendo construídas, pontos de cultura, inclusão digital, Plano Nacional de Banda Larga – ações que vão democratizar o acesso à cultura e reforçar a produção de cultura, dando condições para que o nosso povo produza e pratique cultura.

A presidenta Dilma também lembrou que a cultura é parte importante do Produto Interno Bruto (PIB) do país e desafiou a nova ministra a coordenar a área da cultura, trabalhar por ela e levá-la à frente.

Apoio parlamentar

A deputada Jandira Feghali (RJ), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura do Congresso Nacional, presente à solenidade, manifestou apoio à senadora Marta Suplicy. A deputada prometeu apoio para a construção de uma política cultural que promova a autonomia e o protagonismo sociocultural do povo brasileiro. “A ministra encontrará na Frente Parlamentar da Cultura uma parceira para cumprir esta grandiosa tarefa”, assegura.

De acordo com a deputada fluminense, Marta Suplicy tem conhecimento, experiência na área, sensibilidade política para o diálogo e terá condições de retomar projetos estratégicos para a cultura brasileira. Ela diz acreditar que o novo comando na Cultura representará um avanço no legado da política cultural iniciada no governo Lula, dos ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira.

De Brasília
Márcia Xavier, da Redação do Vermelho