Brasil já registrou mais de 20 terremotos em 2012
Na última quinta-feira (13), o Brasil sofreu mais um pequeno terremoto. O tremor ocorreu na cidade de Montes Claros, norte de Minas Gerais, e registrou 2,9 graus na escala Richter e chegou a assustar a população, embora não tenha deixado vítimas nem causado danos materiais.
Publicado 14/09/2012 20:57
Gerado pelo choque entre as placas tectônicas, os terremotos são fenômenos que, geralmente, espalham grande destruição onde ocorrem. Países como Estados Unidos, Chile e Japão têm parte de seus territórios sobre falhas geológicas e estão acostumados aos tremores. No Brasil, o fenômeno é incomum, mas já foram registrados 21 pequenos tremores em 2012 — média de quase 2,5 por mês.
Localizado no centro da placa Sul-Americana, as chances de ocorrer grandes tremores no País é pequena. Segundo o coordenador da Rede Sismográfica Integrada do Brasil, Marcelo Assumpção, os tremores de baixa magnitude — quando a quantidade de energia liberada é menor — são mais frequentes.
Neste ano, as várias estações sismográficas no País já registraram 20 pequenos tremores, mas só um de magnitude 4, que é suficiente para causar danos e preocupação. Desde 1990, já ocorreram cinco tremores com magnitude acima de 5 na escala Richter, e dezenas de outros menores.
Antes do tremor de ontem, os últimos dois abalos sísmicos foram registrados também em Montes Claros (MG) no dia 19 de maio. O mais forte ficou entre 4 e 4,5 graus na escala Richter e assustou a população, mas não houve vítimas.
A cidade está localizada em uma falha geológica e já sofreu pequenos tremores outras vezes, segundo dados do Observatório de Sismológico da UnB (Universidade de Brasília).
De acordo com Assumpção, o terremoto mais forte registrado no Brasil ocorreu no norte do Mato Grosso, com uma magnitude de 6,2 graus, em 1955.
Ocorreu de madrugada e, em Cuiabá, chegou a acordar várias pessoas.
Ainda assim, ocorrência de terremotos fortes no Brasil é tão rara que não chega a afetar a população de maneira significativa. No Brasil, a única morte oficial em decorrência de um tremor de terra foi no dia 9 de dezembro de 2007, em Itacarambi (MG). Segundo Assumpção, o terremoto fez com que uma casa caísse e soterrasse uma pessoa.
O tremor teve magnitude 4,9, mas derrubou casas muito fracas de um bairro na periferia.
Alerta
Devido à falta de grandes tremores, o Brasil não possui um sistema de alerta de terremotos, explica Assumpção.
Não é possível prever tremores de terra [eficientemente, no Brasil], portanto não dá para implementar um sistema de "alerta antecipado" de tremores. Mas várias universidades [como USP, UnB, UFRN e ON/MCT] estão montando uma rede mais integrada para registrar tremores no país.
A falta de sistema de alerta não preocupa o professor, uma vez que, de acordo com ele, não há tendência de aumento do número de tremores no País, nem de sua intensidade.
O que ocorre é que o mundo está ficando mais populoso e os terremotos acabam afetando um maior número de pessoas.
Medição de tremores
A medição de terremotos usa atualmente duas escalas: Richter e Mercalli Modificada. Cada uma delas é usada para um tipo de medição, conforme explica Célia Fernandes, técnica em nível superior de sismologia, do Departamento de Sismologia do IAG (Instituto de Astrologia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP.
A Escala Richter mede magnitude e não tem fim. A Mercalli Modificada mede a intensidade. Vai de 1 a 12. No 1, não há quase destruição. No 12, é destruição total.
Fonte: R7