CPMI defende punição exemplar para acusados de estupro coletivo

A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) que investiga a violência contra as mulheres, senadora Ana Rita (PT-ES), defendeu punição exemplar para os acusados pelo estupro coletivo ocorrido em fevereiro deste ano no município paraibano de Queimadas, quando cinco mulheres foram estupradas e duas assassinadas. A CPI esteve na cidade nesta quinta-feira (13) para ouvir vítimas e familiares da violência.

Após ouvir os depoimentos, a relatora da CPI disse que a comissão continuará acompanhando o caso de Queimadas. “Queremos que a justiça seja feita e vamos acompanhar os desdobramentos do caso”, afirmou, ressaltando que o caso de Queimadas é emblemático: dez homens são acusados pelos crimes na cidade; três deles menores.

Logo na chegada da comissão, o movimento de mulheres da Paraíba, juntamente com os familiares das vítimas, realizou manifestação pedindo justiça. O movimento entregou dossiê com denúncias de violações aos direitos das mulheres no estado e critica a demora por parte das autoridades no atendimento para garantir proteção às mulheres em situação de violência.

Além do movimento de mulheres paraibano, os parlamentares da CPI também se encontraram com autoridades da Policia Civil, Ministério Público e Judiciário que cuidam do caso na cidade.

Nesta sexta-feira (14), a CPI estará em João Pessoa para realizar audiência pública, a partir das 14 horas, na Assembleia Legislativa, com a participação de gestores públicos, representantes do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, movimentos sociais e sociedade.

A comissão prevê visitas aos dez estados mais violentos do Brasil para as mulheres, além dos quatro mais populosos. Já esteve em nove estados: Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, São Paulo, Bahia e agora na Paraíba.

A Paraíba é o sétimo estado em assassinatos de mulheres, segundo dados de 2012 do "Mapa da Violência", elaborado pelo Instituto Sangari/Ministério da Justiça. A taxa de homicídios é de seis assassinatos para grupo de 100 mil mulheres, bem acima da média nacional de 4,4. O primeiro colocado é o Espírito Santo (9,8) e o segundo Alagoas (8,3).

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Sen. Ana Rita