Milhares saem às ruas em Portugal em protesto contra a Troika

Milhares de portugueses ocupam as ruas de dezenas de cidades portuguesas, neste sábado (15), na manifestação “Que se Lixe a Troika, Queremos as Nossas Vidas”. Quando a 7 de Setembro o Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho anunciou mais medidas de austeridade, parece ter dado motivos a uma massa cada vez mais generalizada da população para que saia às ruas e se manifeste. As medidas têm um impacto cada vez mais visível nos bolsos e contas dos trabalhadores, do público ou privado, ao final do mês.


A poucas horas do início das manifestações, já se tinham ultrapassado largamente os 100 mil cliques nas páginas dos eventos convocados através do Facebook para 36 cidades em Portugal, “um valor muito superior aos 69 mil da página da convocatória da manifestação realizada a 12 de março, que levou quase 300 mil pessoas para a rua”, tinha adiantado a RTP um dia antes.

Para além das manifestações que tomarão lugar de Norte a Sul e ilhas no território nacional (mapeado por David Ferreira no Twitter), há também protestos marcados para Barcelona, Berlim, Bruxelas, Londres, Paris, Estados Unidos e Canadá, e até em.

Redes sociais

No Twitter, as hashtags #QueSeLixeATroika e #15sPT já estão em uso, bem como as habituais #Passos, #troika e #crise. A tag #15s está a ser partilhada com os protestos de dimensão ibérica que estão também a tomar lugar no dia 15 de Setembro em Espanha.

Nas redes sociais não têm faltado manifestações de criatividade nos preparativos para a manifestação, como ilustra o P3 na sua galeria de cartazes ou no Tumblr que aponta, Trespassa o Passos.

Têm sido partilhados vídeos na conta Youtube da organização da manifestação (queselixeatroika), como o flashmob realizado na véspera do 15 de Setembro, em frente às instalações do FMI. Os vídeos apelam à mobilização, ilustram as medidas de austeridade e o estado actual da economia no país, e tentam esclarecer alguns “Mitos e Desmitos da Troika”.

“Neste momento todas as medidas de Austeridade impostas pelo Governo actual só servem para piorar ainda mais o estado das nossas economias”, acreditam os criadores do vídeo Basta Porra Basta, no qual o FMI é apresentado como “um Banco normal [que] quer os seus dividendos, pagos sem apelo nem agravo” e que “[está]-se a marimbar se o povo tem fome ou não”, enquanto que “os nossos Políticos de algibeira que foram criados nos seios da Maçonaria e dos Partidos Políticos, dizem sim a tudo o que esses abutres pedem, e forçam as medidas de Austeridade”.

E defende que “só existem duas maneiras de resolver esta “crise” de uma vez por todas”:

1ª Solução – Pressionar a Europa a criar urgentemente uma confederação de estados Europeus, com uma única legislação e mercado único apoiado directamente pelo BCE e governado a partir de Bruxelas. (…) E Portugal relega-se para uma posição de colônia balnear da Europa e prestador de serviços a nível Europeu, delegando o sector primário aos outros estados Europeus.

2ª Solução – Revolução e Independência da Nação Portuguesa! Todos os políticos e deputados actuais dos partidos do PS/PSD/CDS serão extraditados para um país da CPLP a ser designado. Entramos em incumprimento e saímos da União Europeia, ninguém paga mais um tostão da dívida. Voltamos ao Escudo e irá ser redigida uma nova constituição baseada no mérito e na igualdade de oportunidades entre cidadãos.
 
Fonte: Global Voices