Enviado da ONU continua mediação do conflito na Síria

O enviado especial da ONU à Siria, Lakhdar Brahimi, prossegue suas gestões mediadoras no conflito que fustiga este país, onde se entrevista nesta sexta-feira (14) com o presidente Bashar Al-Assad, anunciou uma fonte oficial.

Brahimi foi recebido pelo vice-primeiro-ministro e ministro de Relações Exteriores e Emigrantes, Walid Al-Moallem, que reiterou o apoio governamental para que sua missão tenha êxito.

O chanceler sírio pontuou que aqueles países que deram luz verde à missão devem ter em conta que para que esta tenha êxito devem cessar seu apoio aos grupos terroristas que acolhem, armam, financiam e treinam.

Al-Moallem esclareceu a Brahimi que as medidas a adoptar em qualquer iniciativa devem ter em conta o interesse do povo sírio e sua decisão independente, sem interferências externas.

Nos últimos dias, em países ocidentais e em outros implicados na crise, fala-se de deixar de lado o plano de Kofi Annan, cujos seis pontos foram acolhidos pelas autoridades sírias.

Muitos descartam o diálogo e insistem na saída de Al-Assad do governo, algo que afasta as possibilidades de qualquer solução, apesar de que Damasco reiterou sua disposição de conversar sobre todos os temas em um encontro entre sírios e sem imposições externas.

Nesse sentido, o chanceler russo, Sergei Lavrov, advertiu que as tentativas de países ocidentais para intervir na Síria à margem do Conselho de Segurança podem ter perigosas repercussões não só sobre a Síria, mas também na região do Oriente Médio e a ordem mundial contemporânea em sua totalidade.

Alguns no Ocidente não aceitam a via diplomática para solucionar a crise, pois desejam que as coisas vão até o ponto da reprodução do cenário líbio dando apoio a apenas um lado do conflito e levando a oposição síria a rechaçar todas as perspectivas de diálogo, disse.

Lavrov expressou a surpresa de seu país pela rejeição por parte do Ocidente à aprovação da declaração de Genebra no Conselho de Segurança, explicando que os Estados Unidos se opõem a adotar o acordo, pois não contém ameaças, avaliações unilaterais ou sanções.

O chanceler russo pontuou que se deve obrigar todas as partes no conflito sírio a cessar de imediato as hostilidades e sentar-se na mesa de negociações.

Prensa Latina