Trabalhadores ocupam Paulista em apoio às categorias em luta

Para apoiar as categorias em campanha salarial, milhares de trabalhadores ocupam a Avenida Paulista, região central de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (20) no Ato Unificado da Classe Trabalhadora. As entidades reivindicam aumento real de salário para as categorias que estão em campanha salarial neste segundo semestre. Estarão presentes centrais sindicais, como a CTB. Entre as categorias em luta estão bancários, carteiros, metalúrgicos e petroleiros.

A concentração será na altura do número 1.450, em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na noite de terça-feira (18), 3.500 trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) da capital paulista aprovaram, em assembleia, uma greve por tempo indeterminado. Em pelo menos outros 18 estados os carteiros fizeram o mesmo. O Sintect-SP, filiado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), alega que desde junho, quando foi iniciada a campanha salarial, vem tentando diálogo com a empresa, que ofereceu 5,2% – rejeitados pela categoria, uma vez que o ganho real será de apenas 0,58%. Quatro sindicatos (de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru) reivindicam 10,2% (sendo 5% de aumento real), aumento linear (para todos) de R$ 100; aumento do tíquete-refeição de R$ 25 para R$ 28; um talão extra do tíquete-refeição em dezembro; aumento do vale-cesta de R$ 140 para R$ 160; e manutenção de assistência médica tal qual foi negociada em 2011.

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Os bancários cruzaram os braços desde terça para reivindicar reajuste salarial de 10,25%; ampliação das contratações com objetivo de reduzir as filas e a sobrecarga nas agências; o respeito à jornada de seis horas; mais segurança e o fim das metas e do assédio moral.

No segundo dia de greve nacional dos bancários foi possível constatar o fortalecimento da categoria. Na Bahia, 505 agências ficaram sem atendimento, 156 somente em Salvador. Sem nenhuma perspectiva de negociação com os banqueiros, a paralisação tende a ganhar mais força no estado.

A categoria paralisa as atividades em todo o país contra o desrespeito da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que depois de nove rodadas de negociação não apresentou uma proposta significativa para as demandas dos trabalhadores.

Metalúrgicos e petroleiros

Os metalúrgicos da região de Osasco, com data-bse em 1º de novembro, e demais sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, da Força Sindical, aderem ao movimento em apoio às categorias que estão em campanha e que negociam há meses sem acordo, como os metalúrgicos do ABC.

À revelia dos sindicatos patronais, 76 empresas procuraram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para oferecer 8% de aumento salarial e evitar parada na produção, segundo a entidade. Nessas fábricas, não houve paralisação. A mobilização da categoria, porém, prossegue nas fábricas que ainda não atenderam a reivindicação.

Os petroleiros, representados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), também negociam com as empresas e estarão presentes no ato. Hoje uma nova proposta da empresa foi apresentada aos trabalhadores. A Petrobras propõe aos petroleiros 6,5% de reajuste salarial, o que representa ganho real entre 0,9% e 1,2%, dependendo do nivel salarial da cada trabalhador. A categoria reivindica 10% de ganho real. A FUP e seus sindicatos indicaram a rejeição e greve de 24 horas para a quarta-feira (26). As assembleias começam na quinta-feira para que os trabalhadores se posicionem sobre os indicativos.

Da Redação com agências

(atualizada às 19h09 em 19/9/12)