Vice-governador e deputado do PMDB se defendem de acusações

O deputado Rôney Nemer (PMDB) se defendeu pela primeira vez,nesta terça, das acusações sobre suposta participação no esquema de corrupção conhecido como Mensalão do DEM, deflagrado pela Operação Caixa de Pandora.

O delator Durval Barbosa foi ouvido e afirmou que nunca entregou dinheiro ao deputado, e que o único contato que teve com Rôney foi para empregar um irmão dele.

Entretanto, por meio das gravações interceptadas pela Polícia Federal, Durval garantiu que é possível constatar a participação do deputado, que receberia mesadas de R$ 30 mil e R$ 11,5 mil. Rôney negou qualquer participação. “Se contabilizaram dinheiro com o meu nome foi sem minha autorização, pois nunca recebi qualquer quantia”, declarou.

O nome do distrital teria aparecido em uma conversa entre o ex-governador José Roberto Arruda, Durval Barbosa e o ex-chefe da Casa Civil do DF, José Geraldo Maciel. Segundo Durval, Rôney passou a apoiar o governo de Arruda após Fábio Simão cooptar o Tadeu Filippelli (PMDB), a mando de Arruda. O então governador teria confessado, durante uma reunião da cúpula de governo, que o apoio teria custado R$ 1 milhão ao mês, mas que se Filippelli tivesse pedido o dobro, pagaria.

Ainda segundo Durval, Arruda também contou que o dinheiro era distribuído por Filippelli e dividido com outros quatro líderes do PMDB: "Michel Temer, Aluísio Alves e um tal Cunha, que não recordo o prenome. Havia um quinto participante, mas já morreu”.

Declarações “absurdas”

Por meio de nota, Filippelli se defendeu e disse que as declarações “são irresponsáveis e absurdas”, e fazem parte de uma ação em que ele nem é citado. “Creio que o principal objetivo deste elemento, ao referir-se ao meu nome, é valorizar a sua condição de delator e tentar denegrir a minha imagem, sem que consiga apresentar nenhuma prova que sustente”, disse na nota. Filippelli afirmou ainda que a assessoria jurídica avaliará as medidas cabíveis para o caso.