CTB orienta manter greve em bancos públicos

A contraproposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para os bancários, em greve desde o dia 18 de setembro, foi considerada insuficiente pelo Ramo Financeiro da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Durante a rodada de negociação, iniciada na tarde da terça-feira (25), em São Paulo, os banqueiros chegaram a 7,5% de reajuste para os salários, representando aumento real de 2%, e 8,5% para piso, vale-alimentação e vale-refeição, com 2,95% de ganho real.

“Votamos contra essa proposta. Ela é insuficiente para os bancários que têm carreira diferenciada nas instituições financeiras públicas, principalmente com relação à isonomia. A cada ano os bancos privados têm elevado os tetos salariais, criando um distanciamento, por isso há uma grande disposição dos bancários do setor público em manter a greve. Há uma desvalorização da função pública", declarou ao Vermelho Eduardo Navarro, vice-presidente da Federação Nacional dos Bancários da Bahia e Sergipe e secretário de Imprensa e Comunicação da CTB.

Para ele, as propostas do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) não valorizam o piso inicial, não recompõem perdas passadas, não buscam isonomia na questão dos contratados após 1998, nem alteram o modelo de gestão das empresas.

Os bancários reivindicavam reajuste de 10,25%, com ganho real de 5%. Antes da greve, iniciada no dia 18 de setembro, os bancos tinham proposto elevar os salários da categoria em 6%, o que garantiria um ganho real de 0,58%, o que demonstra a intransigência dos banqueiros.

Balanço

A greve paralisou 9,3 mil agências em todo o país, segundo estimativas dos sindicatos. Somente em São Paulo, Osasco e outros 15 municípios paulistas, 35 mil trabalhadores pararam suas atividades, pouco mais que 25% do total.

Na Bahia a greve segue forte, com o fechamento de 727 agências. Em Salvador foram 228. Os bancos públicos, que sempre se destacam durante a greve, são responsáveis pelo fechamento de 429 unidades bancárias no estado. Somente no BB foram 281. Na Caixa, 111 e no BNB, 37 agências ficaram fechadas. O Bradesco fechou 136 agências. O Itaú 87, Santander 46, e HSBC 20. Já os outros bancos, juntos, totalizaram nove unidades com atividades paralisadas.

Em Sergipe, 160 agências foram fechadas, sendo 49 do Banese, 44 do BB, 28 da Caixa Econômica, 12 do Banco do Nordeste e 27 dos bancos privados. A paralisação na Caixa já atingiu 100% das agências. O estado tem 202 unidades em funcionamento, entre agências e postos bancários.

Cento e trinta e sete assembleias acontecem durante todo o dia de hoje para votar a proposta. A orientação é mobilizar a categoria para a manutenção da greve nos bancos públicos. Mas, caso a proposta dos banqueiros seja aprovada, o funcionamento dos bancos pode ser normalizado ainda nesta semana.

Confira a nota:

A Coordenação do Ramo Financeiro da CTB vem a público expressar sua opinião e apresentar orientação à sua militância e aos bancários e bancárias no geral, pela aceitação da proposta de 7,5% de reajuste geral e 8,5% sobre o piso da categoria para os trabalhadores e trabalhadoras dos bancos privados, conforme decisão do Comando Nacional dos Bancários – mesmo tendo votado contrário no referido comando, mas acompanhando a maioria em função da correlação de forças neste segmento.

Porém, no tocante aos bancos públicos, considera insuficientes as propostas apresentadas em negociação nas mesas específicas do BB e da CEF que não valorizam o Piso de ingresso, não recompõem perdas passadas, não buscam isonomia para os pós-98, nem alteram o modelo de gestão das empresas, neste sentido orienta a continuidade da greve no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, no Banco do Nordeste e no Banco da Amazônia.

Força na greve dos bancários e bancárias, até a vitória.

Ramo Financeiro da CTB

Deborah Moreira,
da Redação