Presidente do Paquistão condena na ONU ataques de drones
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, disse nesta quarta-feira (26) perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que a ação dos drones norte-americanos sobre seu país é contraproducente e compromete a guerra contra o terrorismo.
Publicado 26/09/2012 11:34
"Os ataques de drones a vítimas civis em nosso território acrescenta complicações para a nossa batalha por conquistar os corações e mentes nesta batalha épica", disse o mandatário ao discursar na plenária do organismo internacional, no qual participarão mais de 120 chefes de Estado e de governo.
Em uma mensagem clara para os Estados Unidos e seus aliados, Zardari rejeitou as exigências de que o Paquistão faça mais, porque "nenhum país, nenhum povo sofreu mais na luta épica contra o terrorismo".
"Que não se insulte mais a memória de nossos mortos, a dor de nossa vida. Não peçam a meu povo o que ninguém jamais pediu a nenhum outro povo. Não se demonizem as mulheres e crianças inocentes do Paquistão. E, por favor, abandonem esse estribilho do 'fazer mais'", disse ele.
Nesse contexto, ele lembrou que a nação sul-asiática perdeu na guerra mais de sete mil soldados e uma cifra superior a 37 mil civis. Sobre a situação no vizinho Afeganistão, prometeu "toda a assistência possível" para a reconciliação e a paz no país, em um processo de consenso liderado pelos próprios afegãos.
Ele também pediu o apoio da comunidade internacional para "fazer voltar para casa com dignidade" os três milhões de refugiados afegãos no Paquistão.
Zardari defendeu as legítimas aspirações do povo de desfrutar a paz de uma forma consistente com a soberania, a unidade e a integridade territorial, e apoiou o direito dos palestinos a um Estado independente e sua admissão como membro pleno nas Nações Unidas.
Sobre a eleição do Paquistão como membro não permanente do Conselho de Segurança, disse que reflete "o nosso compromisso com a paz no mundo" e é "um voto de confiança da comunidade internacional."
Ele observou que, como representante das aspirações comuns de paz e desenvolvimento, a ONU precisa de reformas a partir de consensos porque o organismo internacional "deve ser mais democrático e responsável."
Ele também condenou os atos de ódio contra a fé de milhares de milhões de muçulmanos e apelou à comunidade internacional a punir os elementos envolvidos na profanação sobre a base da religião.
Aludindo ao filme judaico-estadudinidense que denegre o Islã e Maomé, o presidente paquistanês disse que as organizações internacionais devem criminalizar esses atos que destroem a paz e a segurança mundial sob uma falsa concepção e um mal uso da liberdade de expressão.
Fonte: Prensa Latina