Vermelho integra coletivo que cobrirá eleições na Venezuela

A América Latina vive um período político efervescente, que poderá ser determinante para o futuro de todo o continente. É a partir desse entendimento que o Portal Vermelho integra a rede ComunicaSul – Comunicação Colaborativa, que conta com colaboradores de todo o Brasil – que viajará para Caracas para cobrir o processo eleitoral venezuelano. Além de reportagens e fotos, também será produzido um web jornal com as principais notícias do dia.

Nosso Norte é o Sul - Joaquin Torres García

O coletivo parte do pressuposto de que para contribuir efetivamente com a construção de um ambiente plural e diverso de informações e opiniões sobre os acontecimentos nacionais e internacionais é preciso criar instrumentos para produção própria de conteúdo. Com o objetivo de democratizar as informações, todas as notícias produzidas poderão ser reproduzidas livremente por sites, blogs, jornais e revistas que tenham interesse pelo tema, desde que citada a fonte.

Na visão do editor do Vermelho, José Reinaldo Carvalho, “a reeleição de Chávez é hoje o fato mais importante para os partidos de esquerda, movimentos sociais, ativistas da luta anti-imperialista e organizações sociais da América Latina. Ressalvadas as questões locais, como são as eleições municipais no Brasil, não há hoje uma tarefa mais importante do que a reeleição de Chávez”.

José Reinaldo observa ainda que “Chávez é líder de uma revolução que luta pelo socialismo, que teve coragem de reapresentar a questão do socialismo – em finais dos anos 1990, depois que esse sistema tinha sido derrotado na URSS e no Leste Europeu – e colocou de maneira frontal a luta anti-imperialista como principal tarefa da nossa geração”.

Segundo ele, por ser socialista e contra o imperialismo, “Chávez atraiu o ódio dos Estados Unidos e seus aliados internos na América Latina e no Brasil”, então “estamos fazendo um contrapeso à campanha de mentiras da mídia pró-oligárquica e anti-Chávez e o povo venezuelano. É um pequeno passo no sentido de superar este obstáculo”.

Jornalismo de trincheira

Segundo a jornalista do Portal Vermelho, que integra o coletivo, Vanessa Silva, “o objetivo primeiro dessa rede é servir como um contraponto à distorção e falta de informações sobre o que acontece na Venezuela. As notícias que chegam ao Brasil vêm com o filtro das grandes agências internacionais. Há aqui um profundo desconhecimento da Venezuela e dos demais países do nosso continente e muito disso decorre da falta de informações e do preconceito que dominam nossa imprensa”.

A jornalista ainda avalia que “diariamente, vemos em editoriais de grandes jornais brasileiros, nos noticiários da TV e nas rádios, visões totalmente alinhadas à propaganda dos Estados Unidos, sem que se faça uma reflexão crítica sobre isso. Por exemplo, denunciam que Chávez é um ditador, mas estampam manchetes dizendo que ele está com medo de perder para Capriles. Então é esse jogo completamente sem sentido, contra ele só mesmo um jornalismo de trincheiras”.

Assim, a ComunicaSul se propõe a buscar a notícia direto na fonte, a partir do contato direto com intelectuais, líderes partidários e de movimentos sociais, e das pessoas comuns, eleitores, cidadãos venezuelanos e brasileiros, que vivem naquele país e que podem ajudar a compreender melhor a realidade venezuelana.

Para efetivamente constituir um ambiente mais plural e diverso de informações e opiniões sobre os acontecimentos nacionais e internacionais, os comunicadores envolvidos avaliam que é preciso criar instrumentos para a produção própria de conteúdo. Este é o desafio das organizações que apostaram neste projeto, como o Portal Vermelho, a Fundação Maurício Grabois, o Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, as centrais sindicais CUT e CTB, e profissionais de rádio e televisões comunitárias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Saiba mais sobre a equipe ComunicaSul: 

Caio Teixeira – jornalista, atua na TV Comunitária de Florianópolis.

Daniel Cassol – jornalista, graduado pela UFRGS e mestre em Ciências da Comunicação pela Unisinos. Foi correspondente do Brasil de Fato em Assunção e Paraguai. Atua como jornalista independente.

Leonardo Wexell Severo – redator-especial do jornal Hora do Povo, assessor de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil) e membro do Coletivo de Comunicação da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul. É autor dos livros Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo (2008) e Latifúndio Midiota: crimes, crises e trapaças (2012).

Marcio Schenatto – 35 anos, é repórter do Jornal de Caxias e apresentador do programa de entrevistas "Movimento em Pauta", na TV Caxias Canal 14. Fotógrafo e diretor de documentários e curtas de ficção.

Renata Mielli – 40 anos, é editora da revista Presença da Mulher e jornalista da Federação Nacional dos Farmacêuticos. É secretária-geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e coordenadora de comunicação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Organizadora do livro Comunicação Pública no Brasil, uma exigência democrática (2009)

Terezinha Vicente – jornalista, formada pela ECA/USP. Comunicadora e produtora de eventos, com atuação preponderante em organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Militante política e feminista, é uma das editoras da Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada e ativista do movimento pela liberdade de expressão e pelo direito à comunicação.

Vanessa Silva – 26 anos, é editora de América Latina no Portal Vermelho e colaboradora do Diálogos do Sul.

Da Redação do Vermelho