Manuela D’Ávila: a candidata da maturidade contestadora

Até mesmo o jornal Zero Hora, do grupo RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, admite que a candidata comunista à Prefeitura de Porto Alegre está pronta para ser a “primeira mulher prefeita” da capital gaúcha. A matéria, intitulada “Manuela D’Àvila: maturidade contestadora”, faz parte de uma série que o braço do PIG (Partido da Imprensa Golpista) no sul do país está fazendo com todos os candidatos à Prefeitura. Leia abaixo a íntegra da matéria

Manuela - Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS

No quinto perfil da série que apresenta os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, a deputada comunista Manuela D'Ávila revela o sonho de ser a primeira prefeita de sua cidade natal. Aos 31 anos, a parlamentar campeã de votos exibe uma carreira política meteórica, que começou na adolescência como líder estudantil e já inclui o reconhecimento de seus pares no Congresso Nacional. A menina gordinha, brincalhona e contestadora, que queria ser veterinária, é hoje uma liderança respeitada no Estado e no país.

A frase já foi atribuída até a Winston Churchill, provavelmente para receber mais credibilidade, mas sua controversa autoria cai melhor no irreverente Paulo Francis, que não perdia mote para um deboche: "Quem não foi de esquerda até os 30 anos não tem coração; quem continua sendo, depois disso, não tem cérebro".

Este rótulo, decididamente, não cabe em Manuela D'Ávila, que completou 31 anos no dia 18 de agosto passado, mas continua fiel aos princípios marxistas do PCdoB. Cérebro Manuela tem, sem qualquer sombra de dúvida. Um cérebro ágil, atento, com os neurônios funcionando a mil, tanto para raciocinar rápido quanto para dizer o que pensa, para fazer citações, para lembrar o passado e para se posicionar com firmeza sobre o presente. E para falar, com orgulho, na sua iniciação política precoce:

"Comecei aos 16 anos, na universidade, mas, antes disso, eu já era líder estudantil. Se perguntares a algum colega ou professor do Pastor Dohms, onde estudei, vão dizer que eu já era contestadora."

Perguntamos.

A professora Isabel Kern Lopes, 60 anos, que lecionava Psicologia e era orientadora educacional da escola na época de Manuela, prefere dizer que ela era uma aluna afetiva, inteligente, com muita capacidade de aprender, apenas "um pouco malandra". Queria estudar Direito ou Jornalismo, lembra a mestra, até que numa Feira de Profissões promovida pelo colégio ouviu um sociólogo e saiu direcionada para a Sociologia.

Menina ainda, quando usava mais o coração do que o cérebro, Manuela queria mesmo era ser veterinária, porque adorava animais. Aí descobriu com o namorado de uma de suas irmãs que um veterinário tinha também que abrir os bichos para tratá-los. Desistiu na hora. E concentrou a vocação profissional no seu brinquedo preferido, uma máquina de escrever de plástico.

"Antes mesmo de ganhar a minha primeira máquina de verdade, eu já queria ser jornalista."

Fonte: Zero Hora