Eleitores e militantes ecoam o nome de Haddad pelo centro de SP
A disputa eleitoral pela Prefeitura de São Paulo promete ser uma das mais acirradas da capital. A afirmação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um evento da campanha de Fernando Haddad, na Praça da Sé, centro de São Paulo, nesta sexta-feira (5).
Por Mariana Viel
Publicado 05/10/2012 16:00
A apenas dois dias das eleições, Lula não pôde pedir votos para Haddad – em função da legislação eleitoral –, mas disse que está convencido de que o melhor vencerá. O ex-presidente pediu à militância que continue empenhada na campanha e alertou que todos devem tomar cuidado com as provocações dos adversários.
O encontro de Lula com eleitores e militantes aconteceu após uma caminhada pelas principais ruas do centro da capital que reuniu Haddad, a candidata a vice-prefeita, Nádia Campeão (PCdoB), e centenas de eleitores e apoiadores da coligação Para Mudar e Renovar São Paulo.
Ainda na concentração da Caminhada da Vitória, na Praça da República, Nádia declarou ao Vermelho que às vésperas das votações esse é o melhor momento da campanha. “O ânimo da militância, dos apoiadores, dos candidatos a vereador está excelente. A turma está nas ruas e acreditando que a gente vai para o 2º turno. Acho que melhor impossível. Estamos muito confiantes.”
Nádia afirmou ainda que a participação de Lula e da presidenta Dilma Rousseff na reta final do 1º turno tem sido decisiva e mostra a confiança no projeto proposto pela coligação para uma nova São Paulo.
No trajeto até a Sé, a militância fez ecoar o nome de Haddad e demonstrou que a força das ruas e do contato com os eleitores ainda indecisos será o grande diferencial da disputa desse ano.
Censura
A caminhada também serviu como um desagravo à censura sofrida pelo Sindicato dos Bancários nesta quinta-feira (4) – quando policiais e oficiais de Justiça apreenderam a última edição do jornal Folha Bancária.
O jornal trazia na última página uma reportagem que analisava as propostas e trazia o histórico dos candidatos que lideram a pesquisa pela Prefeitura de São Paulo: Russomano, Serra e Haddad. Também declarava o apoio da maioria da direção executiva da entidade a Haddad – o único a receber e se comprometer com a Agenda da Classe Trabalhadora.
A censura teve origem em um pedido da coligação do tucano José Serra, que solicitou o recolhimento dos exemplares da Folha Bancária, além da retirada de sua versão online no site do sindicato.
Em entrevista ao Vermelho, o presidente da CUT Vagner Freitas afirmou que a censura expõe, mais uma vez, a ligação da candidatura de Serra aos interesses dos patrões, do empresariado e ao neoliberalismo. “A invasão de ontem demonstra a faceta autoritária da direita nacional. Vemos os jornais da grande imprensa se posicionando claramente pela candidatura tucana. A Folha Bancária fez uma análise conjuntural e definiu apontar para os seus leitores uma opção da classe trabalhadora”.
Também presente ao ato, o dirigente nacional do PCdoB e vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana, afirmou que a posições dos sindicatos em relação a diversas candidaturas é um direito democrático das entidades. “Infelizmente uma interpretação draconiana de uma lei que já é dura acabou gerando essa apreensão. Nós, que atuamos no movimento sindical, nos solidarizamos com o Sindicato dos Bancários e registramos o nosso desacordo com esse tipo de intervenção”.