Bancos chineses não irão à reunião do FMI e Banco Mundial

Os principais bancos da China confirmaram na segunda-feira (8) à Agência de Notícias Xinhua que não assistirão à reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial (FMI-BM) que começa nesta terça-feira (em Tóquio, Japão.

Entre os bancos que não assistirão ao evento se encontram os quatro bancos estatais do país: o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, em inglês), o Banco da China, o Banco da Construção da China e o Banco Agrícola da China. O ICBC é a maior instituição bancária do mundo em termos de valor de mercado.

A decisão dos bancos foi tomada depois que as relações bilaterais entre a China e o Japão ficaram tensas devido à decisão do governo japonês em 10 de setembro de "comprar" as Ilhas Diaoyu, que são território inerente da China, segundo analistas.

A ação japonesa provocou protestos contra o Japão em dezenas de cidades chinesas no mês passado.

As relações entre os dois gigantes asiáticos foram prejudicadas extensamente. O comércio bilateral, que atingiu um recorde de US$ 342,9 bilhões no ano passado, foi afetado. Muitas conferências acadêmicas e intercâmbios culturais foram suspensos e empresas aéreas cancelaram voos devido à baixa taxa de ocupação.

A decisão dos bancos é outra evidência de que as ações unilaterais do Japão estão afetando as relações bilaterais e começam a pesar na economia mundial, comentou Mei Xinyu, pesquisador da Instituição de Cooperação Comercial e Econômica Internacional do Ministério do Comércio da China.

A tensão das relações entre a segunda e a terceira maiores economias do mundo definitivamente prejudicará a operação econômica e a coordenação política do mundo. Isso porque os dois países juntos representam aproximadamente um quinto da produção econômica mundial, explicou Mei.

Como as relações entre os dois países se encontram em um nível baixo, crescem as preocupações de que a recuperação econômica mundial possa ser afetada.

A fraca economia mundial necessita que o Japão e a China se comprometam completamente, disse a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, advertindo que o mundo não pode permitir-se que os dois países estejam em disputa.

A advertência foi feita depois que o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento reduziram suas previsões sobre o crescimento do continente.

Fonte: Rádio Internacional da China