Inflação: IGP-DI pressiona preços no atacado; alta foi de 0,88%

De acordo com dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em setembro, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reflete majoritariamente a variação dos preços no atacado, aumentou 0,88%. No ano, a elevação já é de 7,46%. Em 12 meses, a alta alcança 8,17%.

O resultado veio abaixo do 1,29% registrado em agosto, mas a queda não foi suficiente para devolver aos investidores a confiança de que a carestia está começando a perder fôlego. Entre analistas de mercado, era consenso que o indicador teria elevação de 0,84% no mês passado. 

Utilizado como parâmetro de reajuste de contratos de prestação de serviços, o indicador tem um impacto grande para consumidores e até governos regionais. Isso porque grande parte das dívidas dos estados e municípios com a União acompanha a variação dos Índices Gerais de Preços (IGPs), entre eles o IGP-DI.

Para o consumidor, pesaram os reajustes de algumas tarifas públicas, como serviços de água e de luz, e dos aluguéis. Esses últimos dispararam nos últimos meses no Brasil. A média de remarcações feitas até setembro foi de 10,01%. Isso acontece porque outros produtos que não têm qualquer relação com os aluguéis residenciais, como o milho e a soja, ficaram mais caros, ao longo de 2012, por causa dos problemas climáticos que reduziram a colheita nos Estados Unidos. Em setembro, especialmente, os preços do arroz em casca subiram 13,58%. A mandioca ficou 16,37% mais cara.

Segundo o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Salomão Quadros, que coordena as análises econômicas dos Índices Gerais de Preços (IGPs), a inflação “está se aproximando de um limite de alta”. “Tivemos um choque (da carestia) entre junho e julho, e grande parte disso se deveu ao impacto dos produtos agrícolas. Mas se percebe neste momento um esgotamento desses itens, então acredito que poderemos ver daqui em diante uma inflação em ritmo de queda”, disse.