PCdoB discute estratégias e apoios para segundo turno

A Comissão Política Nacional do PCdoB, reunida nesta terça-feira (9), em Brasília, discutiu o resultado do primeiro turno das eleições municipais e a estratégia para o segundo turno. Na avaliação do presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, é preciso decidir também, neste segundo turno, os apoios do PCdoB aonde o partido não concorre mais com candidatos próprios ou aliados; e redobrar esforços onde a decisão foi adiada para 28 de outubro.

PCdoB discute estratégias e apoios para segundo turno

Para o segundo turno, o Partido discute medidas e decisões para adotar nas cidades com candidatura própria que são quatro  – uma capital e três cidades médias –, além de São Luiz (MA), onde o candidato é do PTC, mas o PCdoB tem um papel condutor na campanha.

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O PCdoB também vai se empenhar nas capitais onde os candidatos a vice-prefeitos são do Partido, que são também quatro; e decidir sobre ajuda aos aliados, incluindo definição de quem apoiar no segundo turno nos lugares onde o Partido não tem candidato, que são seis os casos mais importantes.

Além da campanha acirrada pela conquista da Prefeitura de Manaus (AM), com Vanessa Grazziotin, e das cidades de Contagem (MG), Jundiaí (SP) e Belford Roxo (RJ), o PCdoB vai se empenhar nas campanhas para o segundo turno nas cidades onde os candidatos a vice-prefeito são do Partido, como São Paulo (SP), Salvador (BA), Rio Branco (AC) e Belém do Pará.

Crescimento constante e gradativo

Na opinião do líder comunista, desde 2006 o PCdoB vem em um ciclo de crescimento constante e gradativo, o que corresponde às expectativas, que não eram de um crescimento grande ou salto eleitoral. “O que consideramos é que o Partido faz esforço para ter candidaturas majoritárias, que vêm em um crescendo, principalmente nas eleições municipais que são eleições de base”, afirmou.

Este ano, o PCdoB teve uma campanha de grande dimensão, a maior que o PCdoB já se empenhou até agora, segundo seu presidente. Ele destaca as dificuldades vividas, que exigiram meios e recursos. “Participamos de centros de disputa eleitoral onde antes o PCdoB não tinha presença e são campanhas caras e o Partido não tem recursos para enfrentar campanhas caras”, avaliou.

Segundo Renato Rabelo, “estamos chegando ao limite com esse sistema eleitoral. As campanhas, ao invés de se tornarem mais baratas, estão mais caras e num crescendo. Se impõe cada vez mais o financiamento público de campanha. No financiamento privado entra a influência de quem tem poder econômico e fica a disputa entre quem arrecada mais”, afirmou, enfatizando a necessidade inadiável de uma reforma política.

Mulheres e jovens

Na avaliação feita pelo presidente do PCdoB, foi enfatizado o orgulho do Partido possuir muitas e importantes lideranças femininas e jovens. Segundo ele, são características que mostram ser um Partido novo e ter renovação política. Sem afastar a possibilidade de ainda existir muito machismo na escolha do eleitorado, ele destaca o exemplo de Dilma Rousseff que, ao elegermos presidenta da República, mostrou que “a mulher pode e pode tudo”, enfatizou.

Renato Rabelo lembrou que a própria presidenta Dilma já havia citado a dificuldade das mulheres abrirem espaço político e mostrarem que podem exercer qualquer cargo e qualquer função. Para ele, as candidatas comunistas, como Manuela D'Ávila, Ângela Albino e Isaura Lemos, que concorreram, com grandes chances de vitória, às prefeituras de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Goiânia (GO), são exemplos disso.

Eleitos e reeleitos

No primeiro turno das eleições deste ano, o PCdoB elegeu 51 prefeitos. “E reelegemos duas cidades que são exemplos de governos municipais do PCdoB, que é caso de Olinda (PE), com a quarta gestão do PCdoB, e Juazeiro da Bahia, que reelege o prefeito em uma cidade que não tem tradição em reeleger prefeito”, destaca Rabelo, acrescentando que também já foi eleito Luciano Siqueira, do PCdoB, vice-prefeito de Recife (PE).

Na eleição de vereadores, o Partido registra um aumento significativo. Em 2088, o PCdoB elegeu 612 e agora chega a 930, um aumento de 50%. Para Renato Rabelo, isso é também um exemplo do aumento constante e gradativo da legenda.

O avanço registrado no PCdoB é o mesmo dos partidos de esquerda e da base do governo Dilma, lembra Renato Rabelo, destacando ainda que, ao mesmo tempo, houve um retrocesso nos partidos de oposição. “O PSDB não cresceu e o DEM desandou, porque perdeu 200 prefeituras”, afirmou.

De Brasília
Márcia Xavier