Nova greve geral leva milhares de gregos às ruas

Nesta quinta-feira (18) a Grécia é palco de mais uma greve geral convocada pelas centrais sindicais Adedy (setor público) e GSEE (setor privado), contra o novo pacote de austeridade imposto pela troika. A greve é também convocada pela confederação do comércio, por taxistas e muitos outros setores.

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Os líderes europeus estão reunidos nesta quinta-feira em Bruxelas, dia também de greve geral na Grécia contra as medidas de austeridade, a segunda paralisação em três semanas e a 20ª desde que a crise eclodiu, há dois anos.

Médicos, professores, motoristas e controladores aéreos estão entre as várias classes profissionais que aderiram à greve geral, convocada pelos principais sindicatos do país. Protestam contra a austeridade, contra novos cortes nos salários e nas pensões.

Ao fim da manhã, durante a manifestação de cerca de 30 mil pessoas em Atenas, registaram-se confrontos graves na Praça Syntagma, junto ao Parlamento. Foram arremessados coquetéis molotov contra a polícia de intervenção, que respondeu com gás lacrimogênico. No meio dos protestos foi possível ver também bandeiras portuguesas e a mensagem "Fora FMI". Os protestos no resto do país foram pacíficos. 

O governo de Antonis Samaras prepara-se para anunciar novas medidas de austeridade para poder receber nova rodada de ajuda financeira. Há cinco anos consecutivos em recessão, mais de um quarto da população grega está desempregada.

"O governo devia rejeitar as exigências absurdas da troika. Concordar com medidas catastróficas é conduzir a sociedade ao desespero, pelo que as consequências, bem como os protestos, serão indefinidos", defendeu Yannis Panagopoulos, líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE).

“Já chega. Eles cavaram os nossos túmulos, empurraram-nos e agora estamos à espera que o padre diga as últimas palavras”, disse à agência Reuters Konstantinos Balomenos, um homem de 58 anos que trabalha numa empresa fornecedora de água e viu o salário reduzido a metade, com dois filhos desempregados.

“Esta austeridade está a fazer de todo o Sul da Europa rebelde, a zona euro será destruída. Pedem-nos que paguem por aquilo que os nossos políticos roubaram”, acrescentou.