Em comício, Haddad reúne 10 mil; Lula e Dilma repudiam ataques

“No dia 28 de outubro o paulistano dará o primeiro passo para desbloquear São Paulo e colocá-la nos caminhos de desenvolvimento”. Gritou, para os cerca de 10 mil militantes, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, ao iniciar sua fala no comício realizado, neste sábado (20), no estádio do Canindé.

Joanne Mota, da redação do Vermelho

Além das presenças da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, o evento reuniu diversas lideranças como a candidata a vice, Nádia Campeão (PCdoB); o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB); ministros de Estado; dirigentes sindicais e sociais; o presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Renato Rabelo; e o presidente do PT, Rui Falcão.

Com a agitação da militância, Rui Falcão abriu o comício falando do avanço dos partidos progressistas nestas eleições, e reafirmou que nesta reta final da campanha a militância precisa manter a mobilização, pois a luta só acaba no dia 28.

Nádia Campeão (PCdoB) agradeceu o apoio declarado ao longo da campanha de cada cidadão e entidade social. Segundo a comunista, “caminhamos para o final de campanha e nesse momento a militância não pode tirar os pés da rua. A hora é de reforçar o coro e garantir que no dia 28 a vitória de Fernando Haddad”.

Aliança entre Prefeitura e Governo Federal

Com empolgação, Aloizio Mercadante, ministro da Educação, externou que a eleições de São Paulo carregam um simbolismo muito grande. “A vitória em São Paulo refletirá em todo o Brasil. Com Haddad na Prefeitura, uniremos Governo Municipal ao Governo Federal. Haddad fará por São Paulo o que fez pela Educação no Brasil”, frisou.

Gabriel Chalita, que acompanhou Michel Temer, agradeceu a participação massiva da militância e destacou que é com muita felicidade que compõe o grupo que olha para São Paulo com vontade de torná-la melhor. “Eleger Haddad e Nádia significa eleger pessoas que realmente se preocupam com nossa cidade. Estou feliz de compor este grupo, que junto com a presidenta Dilma Rousseff, tornará São Paulo mais humana”, externou Chalita.



Um homem novo

Durante seu discurso, Fernando Haddad voltou a falar de seu plano de governo e das metas que traçou para São Paulo, e lembrou que seu adversário não achou importante apresentar um plano de governo para os cidadãos paulistanos.

“Serra acha que o plano de governo não é importante, porque para ele o importante é dar continuidade a essa São Paulo construída por Kassab, uma São Paulo que não olha para o povo”, destacou.

Haddad também falou sobre a campanha agressiva empreendida pelo seu adversário. “Essa campanha de agressão não enfraquecerá nossa campanha. Juntos, desbloquearemos a cidade de São Paulo e a colocaremos em um novo circuito de desenvolvimento. Transformaremos São Paulo em um laboratório de políticas públicas”, externou o candidato.

“Aproveito a presença do companheiro Gabriel Chalita para dizer que nossa proposta é realizar um mandato baseado no interesse público. E se for eleito, faremos o possível para estabelecer um diálogo amplo com o governador Geraldo Alckmin”, finalizou Haddad.

Contra os ataques

Repudiando as agressões do candidato tucano contra Haddad, o ex-presidente Lula afirmou que “Serra é tudo e é nada ao mesmo tempo” e comparou José Serra a dois ex-presidentes da República: Fernando Collor e Jânio Quadros. Lula lembrou que “Serra não suportou nem a primeira chuva e saiu da Prefeitura para concorrer ao Governo. Ele deveria respeitar o povo e cumprir o mandato até o fim, mas sua sede de poder o impede

“Esse cidadão (José Serra) também já quis em outro momento ser prefeito, jurava amor

 ao povo da Mooca, mas não aguentou a primeira enchente e caiu fora. Não conseguiu ficar porque o bicho tem uma sede de poder inigualável. Em 2010, foi disputar com Dilma e ele dizia que ela não tinha competência, que ele era o bom, mas o povo escolheu ela. Mas, (Serra) não sabe ficar sem um mandato. Poderia ficar quieto e tentar disputar com ela (Dilma) em 2014, 2018, 2030, 2040. No entanto, ele voltou, e quer ser prefeito novamente, ele imagina que o povo da cidade mais importante da América Latina é tonto”, discursou Lula.

Lula também aproveitou a oportunidade para orientar Haddad a não cair no canto “raivoso” de Serra. O ex-presidente afirmou que José Serra está “cada dia mais raivoso” e não devemos cair no “jogo rasteiro do concorrente”.

“Falta uma semana. Você (Fernando Haddad) tem que saber que quando discursa ou fala para a TV e no Rádio, você não está respondendo para ele, mas para cada mulher e homem desta cidade. Você deve respeito aos milhões de paulistanos que acreditam em você. E te digo mais, sou daqueles que jamais vai te pedir cargo, mas vou te cobrar todo santo dia para cumprir o que você está prometendo”, disse Lula.

Com o mesmo tom, a presidenta da República Dilma Rousseff, que derrotou José Serra em 2010, acusou o tucano de repetir a campanha “baixo nível” nestas eleições.

“Eu queria aqui hoje falar pra vocês que o que Haddad está passando, eu também passei. O argumento que foi usado contra mim é muito parecido. Primeiro, disseram que eu era um poste, depois disseram que eu não tinha competência. Usaram de todos os argumentos contra mim. A mesma campanha baixo nível que agora fazem contra Fernando Haddad”, externou a presidenta.

Dilma também destacou o trabalho de Haddad à frente do Ministério da Educação e citou alguns dos programas implementados pelo petista. “Haddad fez uma verdadeira revolução na educação brasileira. Haddad sabe qual a importância de transformar São Paulo, e essa transformação é pela garantia de políticas que assegurem uma vida digna para o paulistano”.