MPT impede escravidão de recifenses no Oriente Médio

 Investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal de Pernambuco conseguiram impedir que um grupo de 58 recifenses fosse vítima de escravidão em Barein, país do Oriente Médio. Pessoas com idades entre 25 e 40 anos, de baixa escolaridade e com empregos temporários, estavam sendo convidadas em sites de busca de emprego.

 A empresa internacional apresentava propostas financeiras tentadoras para viagem imediata. Eles precisavam pagar apenas 200 dólares, que supostamente seria usado na retirada do visto. Desconfiado, um dos homens interessados em melhorar de vida procurou o Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que encaminhou o caso para investigação.

Uma série de indícios comprovou que o grupo de recifenses cairia no novo golpe. “O fato de uma empresa recrutar profissionais de diferentes áreas já nos deixou em alerta quanto à suspeita de tráfico internacional de pessoas. Em Barein também não há embaixada brasileira, o que inviabiliza a defesa dos trabalhadores. Outro indício é que o site da empresa está hospedado em outros sites, o que torna mais difícil identificar a origem dele”, explicou a procuradora do Trabalho Débora Tito, que comanda o inquérito.

Foi solicitado que a empresa suspeita enviasse uma lista de documentos para comprovar que era segura, mas isso nunca aconteceu. “Eles acabaram não chamando mais os recifenses para viajar e conseguimos evitar o tráfico deles”, afirmou Débora Tito. A primeira denúncia foi registrada em fevereiro deste ano, quando o contato pela internet com os trabalhadores interessados já estava em estágio avançado.

Fonte: Diario de PE