Assange pode precisar de tratamento médico, diz Equador

O Equador está preocupado com a saúde do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e pediu à Grã-Bretanha que garanta a ele a passagem segura de sua embaixada de Londres para um hospital se ele precisar de tratamento médico, disse um diplomata equatoriano em Moscou nesta terça-feira (23).

Julian Assange está asilado na representação equatoriana em Londres desde junho e o governo britânico se nega a outorgar um salvo-conduto a ele. Assange fundou o WikiLeaks, portal responsável pelo vazamento de milhares de documentos diplomáticos que revelam facetas da política exterior de governos de todo o mundo, especialmente dos Estados Unidos.

"Assange tem emagrecido, e estamos preocupados com a sua saúde", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Equador Marco Albuja Martinez a uma rádio russa. Os comentários foram confirmados pela embaixada equatoriana em Moscou.

Foto tirada em agosto mostra fundador do Wikileaks refugiado na embaixada equatoriana em Londres/ Foto: Reuters

"Se ele ficar doente vamos ter que escolher entre duas alternativas: tratar Assange na embaixada ou interná-lo", disse Martinez. "Esta é uma situação muito grave e pode afetar os direitos humanos de Assange".

O Equador pediu ao Ministério do Exterior britânico um documento que permitiria a Assange entrar em um hospital com segurança, se necessário, e retornar para a embaixada com o estatuto de refugiado, a disse Martinez.

"A Grã-Bretanha ainda não deu parecer favorável ao presente pedido, mas está considerando sua decisão", disse ele.

O Equador considerou positivo que a Grã-Bretanha "não rejeitou [o pedido] completamente". "Nós não vamos pressiona-los e sim aguardar pacientemente uma resposta, para que Assange possa receber tratamento médico, se necessário."

Prisão em 2010

Assange foi preso em dezembro de 2010 em um mandado de extradição da Suécia, onde ele é procurado para interrogatório sobre alegações de estupro e agressão sexual feitas por duas mulheres.

Ele nega qualquer irregularidade e diz que teme que, se for extraditado para a Suécia, poderia ser transferido para os Estados Unidos, onde ele pode enfrentar acusações criminais puníveis com a morte.

O australiano de 41 anos de idade violou as condições de sua fiança quando ele entrou na embaixada equatoriana em Londres, em junho, após acabarem as opções legais para evitar que fosse enviado para a Suécia. Mais tarde, foi concedido asilo diplomático pelo Equador, e ele permanece na embaixada e corre o risco de prisão caso saia.

Com Reuters