WikiLeaks vaza documentos sobre Guantânamo e Iraque

O site WikiLeaks começou a publicar nesta quinta-feira (25) o que afirma serem mais de 100 arquivos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, detalhando políticas de detenção do Exército no Iraque e na Baía de Guantânamo, nos anos que se seguiram aos ataques de 11 de Setembro.

Em comunicado, o WikiLeaks criticou regulamentos que dizem ter levado a abusos e à impunidade, e pediu que ativistas de direitos humanos usem os documentos para investigar as "políticas de irresponsabilidade".

A declaração citou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, dizendo: "As 'Políticas para Detentos' mostram a anatomia da besta que se tornaram as prisões após o 11 de Setembro, a construção de um espaço escuro, onde a lei e os direitos não se aplicam, onde as pessoas podem ser detidas sem deixar rastro, segundo a conveniência do Departamento de Defesa dos EUA."

"Isso mostra os excessos dos primeiros dias de guerra contra um 'inimigo' desconhecido e como essas políticas amadureceram e evoluíram, e em última análise, derivaram para o permanente estado de exceção que os Estados Unidos agora se encontram, uma década depois."

Uma porta-voz da embaixada dos EUA em Londres disse que não faria comentários de imediato sobre o tema.

Em janeiro, a chefe de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que os Estados Unidos ainda estavam desrespeitando a lei internacional em Guantánamo por realizar prisões arbitrariamente e indefinidamente.

Quase 3.000 pessoas foram mortas, em 2001, após o ataque às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, ao Pentágono e a um campo na Pensilvânia.

Em seguida, o então presidente dos EUA, George W. Bush, criou um campo de detenção na base naval dos EUA em Guantánamo, em Cuba, depois que forças lideradas pelos EUA invadiram o Afeganistão para combater a Al Qaeda. Dos 779 homens detidos lá, 167 permaneciam presos em meados de setembro de 2012.

O WikiLeaks disse que uma série de documentos que está divulgando tem relação com interrogatórios de detidos, e que estes mostram que a violência física direta era proibida.

Mas o site acrescentou que os documentos mostram "uma política formal para aterrorizar os detidos durante os interrogatórios, combinada com uma política de destruir gravações de interrogatórios, que levavam ao abuso e à impunidade".

Com Reuters