Conselho de Segurança apoia trégua proposta na Síria

O Conselho de Segurança apoiou nesta quarta-feira (24) o estabelecimento de um cessar-fogo na Síria durante a festa religiosa do Eid Al-Adha (Festa do Sacrifício), proposto pelo enviado da ONU, Lakhdar Brahimi.

Em uma declaração dada à imprensa, o orgão de 15 membros elogiou a proposta feita pelo emissário às autoridades sírias e aos diversos grupos armados de "oposição", com relação à comemoração da data festiva.

Por sua vez, o representante permanente da Rússia na ONU, Vitaly Tchurkin, confirmou que o governo da Síria indicou a Moscou que aceita a trégua proposta por Brahimi, uma posição que será revelada oficialmente na quinta-feira (25).

A declaração do Conselho de Segurança foi revelada pelo atual presidente do organismo, Gert Rosenthal (Guatemala), ao encerrar uma reunião privada dos integrantes do Conselho com Brahimi, via videoconferência a partir da Cidade do Cairo.

O documento conclama os representantes da ONU e da Liga Árabe e todos os atores internacionais que têm influência sobre as partes do conflito a apoiar os esforços do mediador com relação ao "cessar fogo e de toda a violência na Síria".

Também instou o governo do país a permitir o acesso imediato ao pessoal humanitário para o fornecimento desse tipo de ajuda aos necessitados.

"A trégua durante o Eid Al-Adha deve ser um primeiro passo no rumo a um fim sustentado de toda a violência e à abertura de uma transição política inclusiva, a cargo dos sírios e dirigida a construir um sistema democrático e plural", agrega.

O presidente do Conselho de Segurança confirmou que a trégua proposta por Brahimi ainda não foi acertada de maneira oficial.

Entretanto, os grupos armados, cujas evidências indicam que são formados, sustentados e infiltrados a partir de países vizinhos, prosseguem com seus atos de violência terrorista.

Nesta quarta-feira explodiu um carro bomba em Damasco, que deixou quatro mortos e 11 feridos, segundo informações preliminares, e na terça-feira (23) um dos bandos terroristas cometeu um massacre sangrento no povoado de Douma, a 20 quilômetros da capital, no qual foram degoladas 25 pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos.

Ao condenar tais atos terroristas, a chancelaria síria solicitou nesta quarta que a ONU e suas agências, em especial ao Conselho de Direitos Humanos, repudiem o terrorismo contra seu país e quem o comete e o sustenta.

O embaixador russo na ONU destacou que a iniciativa da trégua, que deve ser respeitada da mesma maneira pelos grupos armados, é a primeira que declara um cessar fogo e a violência na Síria.

Ele destacou também e importância da exortação feita pelo Conselho de Segurança a "todos os atores internacionais" para que apoiem o novo esforço e para que utilizem sua influência para o cumprimento do tratado.

Ainda assim, sublinhou a importância de utilizar o momento para avançar no rumo de um acordo político de paz.

Tchurkin assegurou que Brahimi reiterou ao Conselho de Segurança que a declaração de Genebra é a base para o trabalho nesse sentido, "como documento celebrado em consenso pela comunidade internacional" sobre o problema.

O texto foi acertado em 30 de junho passado durante uma conferência entre representantes da ONU e da Liga Árabe e os responsáveis pela política externa da União Europeia, China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, Turquia, Iraque, Kuwait e Catar.

Todos se colocaram a favor do fim da violência na Síria e traçaram pautas para uma futura transição no país, em particular, a criação de um governo que inclua todas as forças políticas.

Fonte: Prensa Latina