China retomará construção de plantas de energia nuclear

China retomará a construção de plantas geradoras de energia nuclear, depois que o governo ordenou deter esses trabalhos, em meio ao acidente na central japonesa de Fukushima há 19 meses, informou nesta quinta (25) a agência estatal de notícias Xinhua.

A decisão foi tomada ontem à noite em uma reunião do Conselho de Estado em Pequim presidida pelo premier chinês, Wen Jiabao, na qual também se deu luz verde a vários projetos relacionados com o desenvolvimento energético desta segunda economia mundial.

Antes do desastre em Fukushima, alguns funcionários do setor energético tinham indicado que durante o presente plano econômico quinquenal (2011-2015) seriam construídas na China cerca de 40 plantas nucleares.

Mas de acordo com o relatório oficial citado pela Xinhua, só será realizada durante esse período a conclusão de um pequeno número de centrais nucleares a um ritmo razoável e de uma maneira estável e ordenada em lugares selecionados na faixa costeira deste país.

No relatório não está detalhado o o número dessas instalações nem os lugares onde serão localizadas.

A decisão de retomar a construção de plantas nucleares foi adotada após "revisões exaustivas e estritas levadas a cabo no país depois do acidente nuclear em Fukushima e cujos resultados mostram que a segurança da energia nuclear da China está garantida".

Em sua reunião de ontem, o Conselho de Estado aprovou um Livro Branco sobre Política Energética em 2012, que entre outros pontos destaca que "o desenvolvimento de energia nuclear é significante para a otimização da estrutura energética da China e salvaguardará a segurança da energia nacional".

Os participantes nessa reunião também deram seu visto ao Plano de longo prazo para a Segurança Nuclear (2011-2020) e ao Plano de médio e longo prazo para o Desenvolvimento de Energia Nuclear (2011-2020).

As plantas nucleares que atualmente operam na China contribuem em 1,8 por cento da energia elétrica que se consome no país, muito abaixo dos 14 por cento como média em outros países com iguais sistemas de geração.

Para Tenho Jiankun, um especialista em assuntos econômicos da universidade Tsinghua citado pela agência Xinhua, a energia nuclear estabelece um equilíbrio entre a energia para sustentar o desenvolvimento nacional e a necessidade de cortar as emanações causadoras do efeito estufa.

Cerca de 80 por cento da produção elétrica na China obtém-se com a contaminante combustão do carvão.

Fonte: Prensa Latina