Produção agrícola: o sobe e desce dos estados

Pesquisa Agrícola Municipal de 2011 (PAM 2011), Culturas Temporárias e Permanentes, do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (26) revela alterações na posição relativa dos estados na produçãp agrícola e também o grau de intensidade do uso da terra

Uso da terra

O estado de São Paulo continua sendo o que mais contribui com o total do valor da produção agrícola, mas sua participação relativa caiu em 2011 de 18,3% para 17,7%. A redução deve-se, principalmente, ao fato de outras unidades da Federação terem aumentado sua participação no valor de produção, como Minas Gerais (12,7%), que passou do quarto lugar para o segundo, e Mato Grosso (11%), passando do quinto para o quarto lugar.

A revelação consta da Pesquisa Agrícola Municipal de 2011 (PAM 2011), Culturas Temporárias e Permanentes, divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o levantamento de 64 culturas nos 5.565 municípios do país. São Paulo continua sendo o maior produtor nacional de importantes culturas com elevado valor de produção, como a cana-de-açúcar, com 58,2%; e a laranja, com 77,2%.

Em Minas Gerais a valorização de produtos como o café, o milho e o feijão, ao lado da expansão da cana-de-açúcar e do algodão herbáceo, aumentou o valor total da produção naquele estado, que ficou em 24,8 bilhões de reais, abaixo apenas de São Paulo, cujo valor da produção foi 34,6 bilhões de reais.

No Mato Grosso, o aumento do valor total da produção ocorreu com o crescimento da produção e da valorização da soja, do milho e do algodão herbáceo, levando a uma receita de 21,5 bilhões de reais.

Municípios acima de um bilhão de faturamento

Com a recuperação dos preços de algumas culturas, sete municípios ultrapassaram um bilhão de reais no valor da produção; apenas quatro municípios apresentaram variação negativa, panorama bem diferente do ano anterior, quando os preços da soja e do milho não estavam satisfatórios.

Sorriso, em Mato Grosso, voltou a ser o município com maior valor de produção, com 1,9 bilhão de reais, um crescimento de 105,4% em relação ao ano anterior. Sorriso é também responsável por 8,8% do valor de produção do estado de Mato Grosso, sendo o maior produtor de soja e o segundo maior produtor de milho do país (o maior produtor de milho é Jataí, em Goiás). Já o município de São Desidério, na Bahia, é o segundo maior em valor da produção, sendo responsável por 13,4% do valor total registrado no estado; é também o maior produtor de algodão herbáceo do Brasil, sendo responsável por 14% da produção nacional e por 45,1% da produção baiana.

Em Pernambuco, Petrolina foi responsável por 18% do valor da produção estadual, mesmo com uma redução de 17,1% em relação a 2010, devido à menor produção de banana e aos menores preços alcançados pela uva e pela manga, principais produtos do município.

Em Goiás, os municípios de Cristalina e Jataí foram os maiores produtores agrícolas, respondendo respectivamente por 8,1% e 7,9%, do valor da produção goiana, que alcançou 13,4 bilhões de reais. Esses municípios são importantes centros produtores de soja, milho e feijão, produtos que apresentaram boa valorização em 2011.

Intensidade agrícola

A PAM 2011 constatou que, dos 5.565 municípios brasileiros de então, apenas 59 não informaram áreas de lavouras e somente 12 municípios apresentaram um único produto cultivado. Em contrapartida, o município com maior número de cultivos informou nada menos que 40 produtos. Outra constatação foi que a metade dos municípios tem área cultivada inferior a 10% de sua superfície territorial, e que três quartos deles tem intensidade agrícola inferior a 30%.

A Região Sul é a que apresenta maior intensidade agrícola. Metade dos seus municípios tem área cultivada que supera o equivalente a 34,5% de sua superfície. Depois, vem a Região Sudeste, com média de área cultivada calculada em 10,7% da superfície; o Nordeste, com 8,4%; o Centro-Oeste, com 4,5%; e a Região Norte, com 1,3%.

Com informações da Agência Brasil