Ataques no Iraque deixam 40 mortos, informam fontes oficiais

O espiral selvagem de violência que envolveu o Iraque nesta sábado (27) causou, na realidade, 40 mortes, mais que o dobro do número divulgado, conforme relatórios oficiais difundidos no domingo.

Os atentados a bomba e ataques por desconhecidos armados em Bagdá e em localidades do norte do país tiveram como alvo membros da comunidade islâmica xiita e uma minoria turcomana, os shabak, que seguem essa escola de pensamento muçulmana.

Os ataques mais mortíferos ocorreram em dois distritos xiita desta capital, no meio das celebrações de Eid al-Adha, a festa do sacrifício que rememora a submissão de Ibrahim (Abraão para os cristãos e os judeus) ao mandato divino de sacrificar seu filho único, Ismael, mas que foi detido de última hora pela visita do Arcanjo Gabriel, segundo a tradição muçulmana.

Em um dos ataques, morreram três peregrinos iranianos e dois iraquianos que se dirigiam a uma mesquita da capital, lugar de peregrinação para os xiitas.

Em Cidade Sadr, veículos carregados de explosivos explodiram na hora de maior movimento de pedestres, matando 12 pessoas e deixando 27 feridos, alguns em estado grave, segundo relatório do Ministério de Interior iraquiano. Outros 10 homens e mulheres morreram pouco depois, devido a um atentado parecido em uma estação de ônibus do mesmo distrito.

Em seguida, uma explosão em um espaço usado como parque de diversões para crianças no bairro de Bawiya, que causou outras oito vítimas fatais, quatro delas menores, e 24 feridos, originando críticas da população pela ineficiência das medidas governamentais para deter os terroristas.

Na cidade de Mosul, ao norte, desconhecidos armados irromperam no meio da noite em residências de membros da minoria shabak e dispararam contra os residentes, com saldo de quase uma dezena de mortos, quatro deles mulheres e três menores, segundo informou o Ministério do Interior.

Conforme dados oficiais, desde maio passado morreram cerca de mil pessoas por atentados a bomba e disparos contra bairros com maioria xiita do país, à qual pertence o premiê Nuri Al Maliki, envolvido em uma guerra pelo poder com os membros sunitas de seu governo.

Setembro passado está entre os meses mais mortíferos neste país, cuja sociedade ficou fragmentada depois da invasão e ocupação militar estadunidense que derrubou o ex-presidente Saddam Hussein em 2003. 

Fonte: Prensa Latina