Ministro reitera ajuda para combater violência no estado de SP

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), reiterou a oferta de ajuda do governo federal ao governo do estado de São Paulo para combater a onda de violência que atinge os paulistas. Em toda a Grande São Paulo 40 pessoas foram mortas desde a quarta-feira (24).

Homens armados em motocicletas fizeram ao menos nove ataques a tiros na Grande São Paulo entre a noite de sexta e ontem, deixando 22 baleados e seis mortos. A polícia não informou se alguém foi preso. Em todos os casos, atiradores fugiram após os disparos, a maioria contra pessoas na rua ou em bares.

O ministro também rechaçou a declaração do secretário de Segurança de S. Paulo, Antonio Ferreira Pinto, de que é "fantasiosa" a oferta de ajuda da União ao Estado de São Paulo para combater a violência.

Cardozo afirmou que o auxílio foi oferecido mais de uma vez. "Não há fantasia: é real. Essa oferta não foi feita uma, mas várias vezes."

No sábado, o "Painel" noticiou que a presidente Dilma Rousseff havia enviado emissários para conversar com Ferreira Pinto diante da escalada de violência em São Paulo, o que foi negado pelo secretário.

Cardozo declarou que o governo federal se colocou à disposição da secretaria, mas que se recusa a repassar dinheiro sem uma atuação conjunta para a segurança pública como contrapartida.

"O Ministério da Justiça não é a Casa da Moeda para ser mero repassador de dinheiro. Especialmente para Estados que têm condições orçamentárias para fazer um bom trabalho na segurança pública."

Questionado se a recente onda de violência em São Paulo estaria ligada a ações da facção criminosa PCC, o ministro preferiu não entrar no assunto mas disse que o governo federal poderia compartilhar informações de inteligência com o Estado.

"Eu não vou entrar em discussões de inteligência. Temos informações sobre o que acontece e podemos compartilhar. Já fazemos algum compartilhamento com o governo de São Paulo, e estamos à disposição, caso o governo deseje, para colaborar somando esforços", declarou Cardozo.

Em outubro, Ferreira Pinto afirmou que ações da polícia contra o tráfico estavam asfixiando o PCC.

Segundo o governo do estado, há duas hipóteses para a onda de assassinatos: acerto de contas entre criminosos e vingança de policiais militares contra a morte de colegas -88 este ano.

Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que irá trocar o secretário, no cargo desde 2009. "[Não há] nenhuma possibilidade."

Novos ataques

Sete ataques ocorreram no sábado e domingo. Em um deles, no Jardim Paulo 6º (zona oeste), três foram baleados por homens em uma moto quando estavam em uma praça -um homem morreu.

No Pari (centro), dois motoqueiros atiraram contra clientes de um bar e feriram três. Em Guarulhos, homens em duas motos atiraram contra uma base da Guarda Municipal e fugiram para a via Dutra – ninguém foi ferido.

Um casal de namorados morreu baleado por criminosos que estavam em uma moto, em Barueri. Uma adolescente sobreviveu.

De acordo com o coronel da Polícia Militar Marcos Roberto Chaves da Silva, comandante do policiamento da capital, PM faz diariamente a operação Cavalo de Aço, de abordagem a motos. "A maioria das motos utilizadas em crimes é roubada."

Em setembro, dobrou o número de vítimas de assassinatos em relação ao mesmo mês de 2011, segundo a Secretaria da Segurança Pública -144 este ano contra 71 em setembro do ano passado.

Com Folha de S. Paulo