Guilherme Menezes: Ouvir a população renova o projeto

Portal Vermelho – A sua vitória nas urnas indica um êxito do seu mandato. Qual é o projeto de governo de Guilherme Menezes?

Guilherme Menezes – Eu estou sendo eleito pela quarta vez prefeito. Uma estratégia nossa é a participação popular mais efetiva, com instrumentos como orçamento participativo, as rodas de conversas e as reuniões com as lideranças da zona rural. Ouvindo a população eu acho que é isso que vem oxigenando, renovando o projeto, pois a população participa ativamente. As grandes e pequenas obras saem da escolha da população dentro do orçamento participativo como prioridade. Eu acredito que essa participação é que faz com que o projeto seja simpático as pessoas. Tivemos uma vitória muito bonita.

PV – No início desse projeto, que começou há 20 anos, o PT contava apenas com o apoio de três outros partidos, inclusive o PCdoB. Qual a importância do PCdoB nessa história?

GM – O PCdoB foi um dos primeiros partidos aliados. Era o PT, PCdoB, PV e PSB. Houve uma importância muito grande, principalmente com a presença Zé Gomes Novais, que vinha das ligas camponesas e acabou fixando residência aqui. Em 92, ele foi um dos líderes que agregou aqueles quatro partidos com o nome Frente Conquista Popular. Nós não vencemos em 92, mas o resultado teve um gosto de vitória porque começou tudo ali. Em 1996, nós ganhamos a prefeitura pela primeira vez e de lá até aqui, viemos consolidando esse projeto.

PV– E na disputa desse ano, qual foi a participação do PCdoB?

GM – Foi como sempre acontece, a presença dentro do governo. É claro que houve uma mudança no PCdoB, porque eram lideranças antigas e hoje, aqui na região, foi mais baseada na liderança do deputado [estadual] Jean Fabrício. Marchamos bem, houve uma importância sim do PCdoB no primeiro turno e no segundo também.

PV – De que forma o partido pode contribuir nesse próximo mandato?

GM – Na Câmara de Vereadores, o partido [PCdoB] elegeu três vereadores, no governo, o partido ocupa secretarias. Então, há uma afinação entre o PT e o PCdoB muito grande dentro do projeto e dentro do governo durante esses anos. Conquista era, tradicionalmente, uma política comandada pelos coronéis. Mas, por fim, nós vencemos as eleições e houve uma mudança radical aqui. O PCdoB tem uma participação especial nisso tudo.

PV – Quais as prioridades para o mandato que inicia em janeiro de 2013?

GM – Olha, a prioridade de todo momento é a educação. Educação em tempo integral, cuidado com a formação de professores. Somos um município imenso, com 284 povoados rurais. Em Vitória da Conquista, só não estuda quem não quer. Universalizamos o direito de acesso à escola, ao ensino fundamental. Temos uma prioridade na educação, que é transformar o campus da Universidade Federal da Bahia, que conseguimos com o presidente Lula, em uma Universidade Federal com essa demanda apresentada no Ministério da Educação. Há muitos projetos importantes também no campo da saúde. Tem obras como a barragem, pois Conquista carece muito de abastecimento de água, tem o novo aeroporto, que já está praticamente com todos os trâmites concluídos para iniciar a licitação, temos grandes projetos de mobilidade urbana, que já estamos encaminhando as propostas para o governo federal. É uma das cidades que se desenvolvem mais de porte médio no Brasil. Temos desenvolvimento econômico associado ao desenvolvimento social.

PV – Essa foi a primeira vez que Conquista levou a decisão da eleição ao segundo turno. Qual a avaliação feita a respeito dessa experiência?

GM – Passado o processo, a gente sabe o que foi mais importante. Tivemos 49,2% dos votos no primeiro turno e a população já tinha nos dado o recado de que queria discutir mais. E foi isso o que fizemos. Intensificamos o debate com o povo no segundo turno.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro / Erikson Walla