Formação dos profissionais de Enfermagem é debatida na Alerj

 O auditório da Assembleia Legislativa do Rio – Alerj ficou lotado na última terça-feira (06) de profissionais da Enfermagem, representantes de entidades da categoria, das unidades de ensino e de estudantes que discutiram a qualidade da formação profissional. Para a deputada Enfermeira Rejane, responsável pela organizada da audiência conjunta das comissões de Educação e de Saúde, o resultado foi positivo, com a apresentação de propostas concretas:

rejane

 
“Desde quando fui presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio e presidi a Junta Interventora do Coren-RJ defendo o debate sobre a formação da Enfermagem, o diálogo com os administradores dos cursos e das unidades de saúde, como forma de garantir a qualidade da aprendizagem e, consequentemente, um melhor serviço prestado à população. Agora, finalmente, conseguimos que fosse iniciado. É inadmissível a existência de cursos de fins de semana, estágios feitos através de visitas às unidades hospitalares e a falta de uma supervisão efetiva do estágio”, avaliou.

Dentre as propostas apresentadas estão: elaboração de resolução conjunta das secretarias de Estado de Saúde e de Educação estabelecendo regras para a abertura de novos cursos e fiscalização dos já existentes; projeto de lei proibindo a abertura de novas escolas; projeto de resolução instituindo o fórum permanente de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem em enfermagem no estado do Rio; lançamento de campanha pela não abertura de novas escolas, e desdobramento de outras audiências com as escolas de enfermagem.

Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem – Coren-RJ, Pedro de Jesus Silva, o grande número de cursos prejudica a qualificação profissional: “No Rio são 254 instituições para a formação de técnicos em Enfermagem. Não dá para fazer um diagnóstico abrindo novos cursos a todo momento. É necessário que esse processo pare, pois, só assim, haverá uma fiscalização eficaz”, declarou

Já o deputado Comte Bittencourt, presidente da Comissão de Educação, alertou que o papel de fiscalizar cabe ao Poder Executivo, através de inspeções junto às instituições de ensino. “Há dificuldades para a criação de parâmetros para os cursos técnicos, já que foram, por muito tempo, esquecidos no País”, afirmou.

Segundo o coordenador de Inspeção Escolar da Secretaria de Educação, Alessandro Sathler, as orientações para a fiscalização são genéricas, pois não existe uma determinação esclarecendo quantas horas são suficientes e quem vai acompanhar o estágio. A Secretaria de Estado de Educação só monitora as escolas e cursos, através da avaliação dos currículos. “O que acredito que falte são discussões como essa na Alerj, pois elas vão ditar os novos parâmetros para redesenhar a legislação e um olhar mais objetivo e específico sobre a formação”, opinou.