Congresso dos EUA retomará discussões sobre abismo fiscal

O Congresso dos Estados Unidos volta na terça-feira (13) a reunir-se com a finalidade de chegar a um acordo que evite o chamado abismo fiscal em fins de 2012, o que ativaria o gatilho de aumento automático de impostos.

Uma série de leis sobre privilégios em tributos encerrarão sua vigência em 31 de dezembro, enquanto que cortes milionários em gastos irão afetar programas sociais e investimentos em programas militares.

As duas principais leis que serão extintas são a Tax Relief Reconciliation Act, assinada em 2001 e renovada em 2003 durante o mandato do ex-presidente republicano George W. Bush, e a Budget Control Act de 2011, colocada em vigência na administração de Barack Obama.

O que é conhecido em Washington como abismo fiscal também é apelidado pela mídia americana de Taxmaggedon, que poderá fazer com que a indústria do país regresse a parâmetros de recessão plena.

Se os políticos no Capitólio não conseguirem obter uma fórmula de acordo, a maioria dos cidadãos do país verão uma subida de taxas sem precedentes, que totalizariam cerca de US$ 500 bilhões e jogaria por terra grande parte dos acordos orçamentários assinados em 2011.

Uma típica família de classe média americana teria de arcar com um aumento de US$ 2 mil nas taxas anuais do tesouro americano, advertiu um estudo da organização não governamental Tax Policy Center.

"Nunca tinhamos em vista tantas leis expirando na mesma data e jamais o impacto econômico havia ameaçado ser tão forte", assinalou Marc Goldwein, diretor do Comitê por uma Política Federal Responsável, que é bipartidário e não visa lucros.

O corte automático em investimentos sociais foi uma concessão da Casa Branca aos republicanos, quando o Congresso se viu atolado na questão do teto da dívida nacional dos Estados Unidos, de junho a agosto de 2011.

Durante este fim de semana, delegados democratas e republicanos indicaram que estavam abrindo um caminho no rumo do entendimento neste terreno e tudo parece indicar que os republicanos – derrotados nas últimas eleições – procuram negociar rápido nesta ocasião.

"Temos claro que precisamos de mais receitas em Washington, mais empregos no setor privado, não queremos aumentos de impostos e que sobrem incoerências na proporção dos regulamentos", adiantou Lindsey Graham, senador republicano pelo estado de Carolina do Sul.

Fonte: Prensa Latina