Agressão israelense: Madrugada de fogo em Gaza
A troca assimétrica de fogo entre o poderoso Exército israelense e os escassos meios palestinos continuam nesta segunda-feira (19) sem que esteja visível no horizonte uma trégua imediata que detenha o genocídio de civis palestinos na Faixa de Gaza.
Publicado 19/11/2012 15:17
Um servidor público israelense anônimo que chegou ao Cairo no domingo regressou a seu país, sem que fosse divulgado o resultado de seus contatos ou quem foram seus interlocutores, ainda que se sabe que o presidente egípcio, Mohamed Morsi, esteja agindo como mediador em negociações secretas.
Alheio a esses contatos, o governo israelense anunciou que durante a noite de domingo à segunda-feira "atingiu 150 objetivos terroristas" na Faixa, após um domingo considerado o dia mais sangrento da agressão contra este pobre e bloqueado território, devastado desde fins de 2008 por uma operação de terra arrasada.
Os ataques aéreos e com artilharia reativa elevaram a relação de civis mortos a mais de 70, deles 11 membros de uma mesma família, cinco deles mulheres e três crianças, destroçados por um foguete israelense no interior de sua moradia.
O número de feridos aproxima-se aos 700, segundo fontes de hospitais palestinos.
Por seu lado, um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, assegurou que a resistência palestina derrubou um caça-bombardeiro israelense que atacava regiões civis, uma terceira aeronave aérea, incluído um helicóptero, atingido durante a escalada de agressões iniciada na quarta-feira passada.
O relatório não foi confirmado pelos porta-vozes militares israelenses, os únicos autorizados a emitir informações sobre o curso da agressão.
Com respeito às negociações, para hoje está anunciada a chegada do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Cairo, capital egípcia, onde se encontram líderes do Hamas, a organização islâmica palestina que governa Gaza.
Durante a noite, o presidente egípcio conversou por telefone com seu homólogo iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e concordaram que é necessário "criar um consenso internacional para evitar a continuação das agressões contra Gaza", segundo um anúncio da IRNA, a agência de notícias oficial persa.
Morsi informou a seu interlocutor iraniano que realiza contatos com "presidentes de vários países e tento criar um consenso internacional sobre as agressões israelenses contra a Faixa de Gaza", acrescenta a fonte.
A opinião prevalente é que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, espera uma conjuntura favorável para ordenar que as forças de seu país avancem sobre a Faixa com o duplo propósito de arrasá-la e, de tabela, incrementar suas possibilidades de sucesso nas eleições parlamentares em seu país, programadas para janeiro do próximo ano.
Fonte: Prensa Latina