Espanha: austeridade não é remédio para a crise, diz Dilma
A presidenta Dilma Rousseff voltou a defender, neste sábado (17), o modelo brasileiro de investimento público. Em seu discurso na sessão de abertura da 22ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Conferência Ibero-Americana, que ocorre em Cádiz, na Espanha, Dilma reafirmou a necessidade de se abrir os mercados como antídoto contra a crise econômica mundial.
Publicado 19/11/2012 09:10
A presidenta criticou o modelo de austeridade fiscal proposto por alguns países da União Europeia que penaliza a população e não apresenta os resultados esperados.
"O Brasil defende que uma consolidação fiscal exagerada e simultânea na Europa não é a melhor resposta à crise mundial e pode até levar a um agravamento da recessão", afirmou a mandatária
Segundo Dilma, assistimos a implementaçlão de diversas medidas que se convertem em enormes sacrifícios por parte das populações dos países que estão mergulhados na crise: reduções de salários, desemprego, perda de benefícios.
"As políticas exclusivas, que só enfatizam a austeridade, vêm mostrando seus limites em virtude do baixo crescimento. E, apesar do austero corte de gastos, assistimos ao crescimento dos déficits fiscais e não a sua redução. Os dados e as previsões para 2012 e 2013 mostram a elevação dos déficits e a redução dos PIBs [Produto Interno Bruto]”, disse.
Dilma acredita que agir com rigor nos gastos públicos não é suficiente para garantir a confiança no mercado internacional. “Confiança não se constrói apenas com sacrifícios. É preciso que a estratégia adotada mostre resultados concretos para as pessoas, apresente um horizonte de esperança e não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento”, destacou.
Ela também apresentou dados sobre a economia brasileira para demonstrar que o modelo adotado pelo Brasil apostou na inclusão econômica e na garantia de direitos sociais para conseguir um desenvolvimento sustentado ao longo dos últimos anos. Dilma lembrou que os países da América Latina passaram 20 anos adotando o modelo de austeridade proposto agora a Portugal e à Espanha.
Veja a íntegra do discurso: