Correa alerta que há setores interessados em golpe no Equador

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que setores da oposição no seu país "sabem que vão perder nas urnas e por isso tratarão de deslegitimar o resultado eleitoral" na disputa de fevereiro de 2013.

Ele disse à Telesur que há setores no país que "tentam promover um golpe de Estado". Correa é candidato à reeleição em 2013 – em fevereiro, haverá o primeiro turno, em abril, o segundo. Em fevereiro, também haverá eleições para a escolha dos 137 integrantes da Assembleia Nacional do Equador e cinco do Parlamento Andino.

Segundo o presidente, "já falam de fraude mesmo que haja uma vantagem de entre 30 e 40" pontos.
“Não pouparão esforços para nos caluniar e desestabilizar, porque sabem que nas urnas não nos ganharão”.

Isto se deve a que “agora as pessoas voltam ao país porque o sonho equatoriano de mais direitos e igualdade de oportunidades é uma realidade. Se não resolvemos todo os problemas, a verdade é que agora temos um país onde o povo equatoriano manda, não alguns poucos banqueiros, nem a burocracia internacional e os países estrangeiros”, ressaltou.

Em 2010, o presidente foi alvo de um protesto de militares e denunciou a manifestação, que gerou uma crise política no país, como uma tentativa de golpe. Na ocasião, ele recebeu o apoio do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Ele se referiu a seu principal rival nas próximas eleições, Guillermo Lasso, que foi presidente do Banco de Guayaquil e é classificado pelo presidente como um dos responsáveis ​​pela crise de 1999: "Depois que nos quebraram, os bancos tentam voltar ao poder . É realmente uma desfarçatez. "

"Em 99, quebraram os bancos e apreenderam os depósitos para salvá-los naquela que foi a maior apreensão de bens privados da história, uma ação que foi feita por um governo que proclamava aos quatro ventos a propriedade privada, o mercado e os direitos de propriedade", lembrou ele.

Assim foi que "os cidadãos tiveram que pagar pela irresponsabilidade dos banqueiros quando o Banco Central, sob sua suposta autonomia, lher concedeu crédito, triplicou a emissão de moeda e comprou os títulos da dívida ao Ministério das Finanças," explicou o presidente equatoriano.

"Assim, ao triplicar a emissão, baixaram o preço das poupanças em dólares e do valor do Sucre, que mais tarde eliminaram, o que significou uma transferência de dois bilhões de dólares a favor de instituições financeiras", descreveu.

Correa observou que, depois disso, "restou uma enorme dívida, parecida com a que os países europeus têm agora, que foi extinta e apagado", mediante uma auditoria que determinou que parte dela era legítima e qual não era.

Ele destacou as últimas isenções fiscais para o setor financeiro que eliminou: "Cortamos uma série de privilégios que permitem o acesso a mais de 100 milhões de dólares para pagar o aumento do bônus de desenvolvimento humano, que é uma transferência de renda para os mais pobres".

Por fim, ele salientou que este é um ato de redistribuição de riqueza imenso, algo muito simbólico, porque é a primeira vez que as perdas não são socializados, mas os lucros, demonstrando que "a sociedade equatoriana é que manda".

Com Telesur