José Reinaldo: A vitória dos palestinos e das forças solidárias

Realizou-se desde a quinta-feira passada, 29 de novembro, até o sábado, 1º de dezembro, o Fórum Social Mundial Palestina Livre. Milhares de pessoas de todos os continentes acorreram à cidade de Porto Alegre para debater, refletir e lutar em torno de uma das mais importantes causas libertárias de nossa época – a causa palestina.

A manifestação de abertura, pelas principais ruas do centro da capital gaúcha, reuniu mais de 15 mil pessoas, num pronunciamento democrático e solidário, revelador dos sentimentos de amizade por esse povo martirizado. Uma demonstração também de consciência anti-imperialista.

Enquanto os ativistas da solidariedade internacional se reuniam no Fórum Social Mundial Palestina Livre, a Assembleia Geral das Nações Unidas protagonizava um feito histórico. Aprovou, por esmagadora maioria, a elevação do status da Palestina para o de Estado observador.

A vitória obtida na mais qualificada instância em que se reúnem os Estados nacionais sinaliza que algo pode mudar no mundo atual e que vale a pena realizar o bom combate pela soberania dos povos, contra a opressão, o colonialismo, as guerras, as soluções de força, tão típicos dos países imperialistas e seus aliados. Mostra que o imperialismo estadunidense e o sionismo são fortes mas não podem fazer tudo o que querem. Podem ser derrotados, inclusive no terreno político e diplomático.


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A reação imediata do sionismo à sua derrota foi a mais brutal possível. O regime sionista anunciou que não aceita a decisão da ONU e por meio de declarações do seu primeiro-ministro proclamou medidas de retaliação, sobretudo a construção de casas de colonos israelenses em território usurpado e o confisco dos fundos palestinos provenientes de receitas tributárias.

A vitória do Fórum de Porto Alegre ressalta ainda mais quando se considera que o lobby sionista atuou fortemente no sentido de impedir sua realização. A tal ponto a arrogância dos agentes de Israel em nosso país se manifestou, que representantes diplomáticos daquele país fizeram declarações abusivas acusando os organizadores do Fórum de promotores do terrorismo e da intolerância. Ficamos a imaginar o que poderia ocorrer se um, apenas um, dentre os muitos inimigos que esse regime tem, sacasse alguma declaração crítica a uma organização social brasileira. Não podemos tolerar esse tipo de ultraje perpetrado pelos sionistas em nosso país.

O êxito do Fórum é fruto do esforço de muitos. Deve-se ressaltar a atitude solidária das forças políticas democráticas e internacionalistas gaúchas, a começar pelo governador do estado Tarso Genro, que não se deixaram intimidar pelas pressões do lobby sionista.

Foi meritória a ação dos movimentos sociais brasileiros, latino-americanos e de todo o mundo que organizaram atividades durante os três dias do Fórum.

Destacamos especialmente a atividade do Comitê Brasileiro pelo Estado da Palestina Já, um dos principais protagonistas do Fórum. A partir de agora, as ações desse comitê tendem a se projetar ainda mais.

Igualmente, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Cebrapaz – deu uma extraordinária contribuição para o êxito do Fórum, organizando atividades, coordenando ações, promovendo a unidade, formulando propostas e abrindo novas perspectivas à luta pela realização dos objetivos do povo palestino. O Cebrapaz credencia-se, dessa maneira, como um importante polo da luta anti-imperialista no Brasil e na América Latina. Fortalecê-lo, construindo seus núcleos  nos estados, é uma tarefa de todo militante identificado com os esforços pela paz mundial e a solidariedade aos povos agredidos pelo imperialismo. 

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