Otan vai enviar mísseis Patriot à Turquia

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, disse que os aliados autorizaram o envio de mísseis Patriot (sigla que significa Phased Array Tracking Radar to Intercept of Target) para a Turquia.

A iniciativa é justificada pela Otan como sendo uma "medida de precaução" contra uma suposta possibilidade de ataques na fronteira com a Síria. Peritos, contudo  manifestam dúvidas quanto aos objetivos preconizados, conjecturando que os mísseis são necessários para fechar o espaço aéreo sírio para quaisquer vôos no âmbito de preparativos para uma incursão terrestre.

É que, conforme suas características tático-técnicas, os mísseis Patriot se destinam a abater aviões, podendo ser adaptados, em parte, para o cumprimento de missões inerentes à defesa antiaérea.

De acordo com as informações da Otan, os Patriot "são mísseis utilizados em sistemas de defesa terra e ar", comuns nos países da organização, como a Alemanha, Grécia, Holanda, Espanha e os Estados Unidos.

O primeiro Patriot foi utilizado em meados dos anos 1980 pelos norte-americanos e durante a primeira Guerra do Golfo, lançados contra os Scud iraquianos. Os Patriot têm avançado sistema de interceptação de mísseis e estão equipados com radares de grande definição.

O Patriot é usado como arma antiaérea e integra os sistemas de defesa pela resposta rápida e capacidade de interceptar alvos simultâneos. Em terra, a bateria tem grande mobilidade e não é vulnerável aos ataques de comunicações eletrônicas. Esse tipo de míssil tem quatro funções operacionais: comunicações, comando e controle, vigilância por radar e interceptação de mísseis.

Rússia, Síria e Irã criticaram a solicitação da Turquia, que já concentrou aviões caças ao longo dos 900 quilômetros de fronteira com a Síria e repetidamente responde à altura quando disparos sírios extraviados caem em seu território. O presidente russo Vladimir Putin já declarou que a implantação de mísseis Patriot na fronteira não vai resolver a situação, mas, pelo contrário, vai agravá-la.

A Turquia, que apoia os rebeldes sírios, já havia recebido apoio semelhante da Otan durante as duas guerras no vizinho Iraque, em 1991 e 2003.

Criada em 1949, após a 2ª Guerra Mundial, a Otan é integrada pelos seguintes países: Albânia, Alemanha, Bélgica, Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Países Baixos, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria, Polônia, República Tcheca, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia.

Os ministros das Relações Exteriores dos países que integram a organização alegaram que estariam preocupados com o eventual uso de armas químicas pelo governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. Rasmussen informou ainda que a Alemanha, a Holanda e os Estados Unidos vão fornecer os mísseis Patriot para o sistema de defesa que será instalado na fronteira da Turquia.

Com Agência Brasil