Frevo é eleito patrimônio cultural imaterial da humanidade

 A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) inscreveu nesta quarta-feira em sua lista de patrimônio cultural imaterial da humanidade o frevo, ritmo do Carnaval do Recife. A proposta, feita pelo Ministério da Cultura (MinC), já esperava o voto do grupo de especialistas independentes que referendou a VII reunião do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.


Passistas de frevo no carnaval de Olinda (Reginaldo Texeira)

Os especialistas consideraram que o frevo é uma tradição artística "muito dinâmica, na qual podemos encontrar expressões que mudaram ao longo dos anos, mas que permaneceram importantes na realização do Carnaval do Recife". Elogiaram, ainda, "as grandes medidas de salvaguarda e, muito particularmente, o compromisso das comunidades e o apoio do Estado para sua implementação" e disseram que representa "um evento festivo e inclusivo" que contribui para a criatividade da humanidade.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, participou da reunião e agradeceu a inclusão na lista da Unesco da "expressão mais tradicional do Carnaval brasileiro". Segundo a delegação brasileira, o frevo é, além disso, uma das melhores expressões da criatividade de seu país com "um patrimônio vivo", apesar de sua longa história. "Essa decisão representa o reconhecimento dos progressos de nossa política de proteção do patrimônio cultural imaterial", disse Marta.

A Unesco define o patrimônio cultural imaterial como aquele que "faz referência às práticas, representações, expressões, aos conhecimentos e ao saber transmitidos de geração em geração no seio de uma comunidade, criados para transformar (…) a interação entre a natureza e a história". Com sua inclusão na lista da Unesco, o frevo se junta a outras expressões brasileiras consideradas patrimônio cultural imaterial da humanidade, como o samba de roda do Recôncavo baiano e as expressões orais e gráficas dos índios Wajapi.

Luciana Santos comemora o título

Em Brasília, a deputada Luciana Santos foi informada por telefone no momento da aprovação do Comitê e comemorou a decisão. Sua participação na comitiva brasileira que está na audiência da Unesco foi cancelada em virtude da discussão da reforma política, pautada para essa semana na Câmara dos Deputados. Na condição de líder do PCdoB a parlamentar não poderia ficar ausente das negociações no Colégio de Líderes.

“Lamentei muito não assistir o anúncio ao vivo, mas tinha uma responsabilidade aqui no que diz respeito a participar do debate e buscar alternativas que não representem retrocesso, mas avanços no sentido de garantir uma reforma política que amplie a participação popular e garanta representatividade efetiva de todos os segmentos da população”, afirmou.

Sobre o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, a deputada assegurou que é um momento histórico de valorização e preservação da cultura brasileira. Conhecida nacionalmente pela ação firme em defesa da identidade do carnaval de rua, quando disciplinou o uso de música eletrônica nas ladeiras de Olinda, Luciana defende que o poder público tem o dever de cuidar, preservar e estimular as expressões culturais.

“Estou muito feliz com esse título de patrimônio imaterial da humanidade, é mais um reforço na defesa das nossas tradições e da expressão cultural do nosso povo!”, comemora.

Fonte: Veja, com agência EFE e do site da deputada Luciana Santos.