Dilma defende mercado regional integrado na Cúpula do Mercosul
Ao abrir a 44ª Reunião da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, a presidenta Dilma Rousseff fez um discurso em que defendeu o mercado regional integrado e a Cúpula Social como parte orgânica do Mercosul. A Presidenta brasileira também destacou os avanços relativos a ciência e tecnologia, inovação e mobilidade acadêmica. "São setores importantes, portadores de futuro”, disse.
Publicado 07/12/2012 13:55

A reunião começou com grande atraso, mas o discurso da presidenta foi relativamente curto. Em seguida, falou o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Atendendo pedido da presidenta Dilma, ele fez um relato das atividades do semestre. O Brasil ocupa a Presidência Pro Tempore do Brasil, que elegeu como eixo central de suas ações o tratamento integrado dos temas de ciência, tecnologia, inovação produtiva e capacitação.
Patriota destacou as providências que vem sendo adotadas para o ingresso efetivo da Venezuela no Mercosul. Para ser considerado membro pleno, é necessário adequar o país à nomenclatura e às normas do bloco, algo que ocorrerá de forma completa até cinco de abril de 2013.
O diplomata brasileiro também destacou os esforços que estão sendo feitos para incluir o Equador e a Bolívia no bloco econômico, mas os processos devem levar algum tempo, pois está ainda na fase preliminar.
A presidente Dilma Rousseff considerou a reunião "marcada pela inclusão", por causa da estreia da Venezuela em sua condição de membro pleno do Mercosul. O presidente Hugo Chavez, que não pode comparecer em função do tratamento médico, foi representado pelo ministro de Minas e Energia da Venezuela, Rafael Ramírez.
Participam da cúpula os presidentes de Argentina, Cristina Kirchner e do Uruguai, José Mujica; Também estiveram presentes o presidente da Bolívia, Evo Morales; e do Equador, Rafael Correa, que manifestaram interesse em que seus países sigam o caminho da Venezuela e se transformem em membros plenos do bloco, no qual até agora têm status de Estados associados.
O Paraguai, quinto membro pleno do Mercosul, não está representado nesta reunião pois está suspenso desde junho passado, depois da cassação do então presidente Fernando Lugo.
Ao final da Cúpula, a Presidência Pro Tempore do bloco será transferida para o Uruguai.
Homenagem a Niemeyer
A presidenta Dilma Rousseff homenageou o arquiteto Oscar Nimeyer durante seu discurso na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul. Segundo Dilma, a trajetória de Niemeyer dignifica o Brasil e permanecerá como uma mensagem de esperança para todos.
“Ele dizia que a gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem. Concordamos com ele. Nós que temos um sonho de América Latina desenvolvida com oportunidades iguais, uma sociedade democrática, pacífica e capaz de cooperar estreitamente. Nós que sabemos também o valor dos nossos sonhos de uma integração latino americana em que todos ganhem. A história desse brasileiro, que acaba de nos deixar com mais de um século vivido em plenitude, dignifica o meu país”, disse.
Bloco que cresce
O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai – que está suspenso do bloco até abril de 2013. Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia participam do grupo como países associados.
Com a adesão da Venezuela ao Mercosul, o bloco passou a ocupar 72% do território da América do Sul – aproximadamente três vezes a área da União Europeia. Com os venezuelanos, o Mercosul também eleva seu Produto Interno Bruto (PIB) para US$ 3,32 trilhões. A população do bloco alcança 275 milhões de habitantes.
Fundado em 1991, o Mercosul possibilitou significativo incremento dos fluxos comerciais entre os Estados Partes. Em 1990, as exportações entre os membros fundadores do bloco alcançaram US$ 4,1 bilhões; em 2011, chegaram a US$ 60,6 bilhões. Com o ingresso da Venezuela, em agosto de 2012, o bloco consolidou-se como potência energética mundial, reunindo grandes reservas de petróleo, xisto e gás natural.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências