Marxismo 21: Oscar Niemeyer: uma arquitetura engajada

O Blog Marxismo 21 [www.marxismo21.org] publicou esta semana um conjunto de artigos, materiais iconográficos e vídeos sobre a obra do arquiteto Oscar Niemeyer, que faleceu nesta quarta-feira (5), aos 104 anos. Leia o artigo introdutório da edição dedicada a Niemeyer.


 

O reconhecimento do trabalho arquitetônico de Oscar Niemeyer é praticamente unânime em todo o mundo. O conjunto da mídia, brasileira e internacional – por meio de extensas matérias e depoimentos de artistas e intelectuais –, tem exaltado a criatividade, a originalidade, a plasticidade e a genialidade dessa ciclópica e ecumênica obra.

Certamente, poucos artistas no mundo e em todos os tempos alcançaram semelhante consagração; nas palavras de seu dileto amigo Darcy Ribeiro, “Oscar Niemeyer (será) o único brasileiro a ser lembrado, no mundo todo, daqui a mil anos”. Nesta breve homenagem, marxismo21 busca destacar qualidades e valores que nem sempre têm sido devidamente ressaltados nas extensas matérias dedicadas ao arquiteto: o engajamento humanista e o compromisso com os ideais comunistas. Na sintética definição de Eduardo Galeano, Niemeyer ama as curvas, mas “odeia as linhas retas e o capitalismo.”

O texto de Niemeyer publicado – infomando como ele concebeu uma de suas obras engajadas –, permite-nos esclarecer um pouco de sua concepção estética e política. Como repetidamente afirmava, mais importante do que a arquitetura era a revolução. Questionando alguns críticos de esquerda no Brasil, divulgamos um artigo de um jovem arquiteto marxista; para Alexandre Benoit, o conjunto do trabalho de Niemeyer deve ser concebido como um projeto de sonhos e utopia à espera de sua efetiva realização revolucionária – que, certamente, não se concretizará apenas por meio da arquitetura.

Entrevistas e vídeos sobre a obra do comunista integram esta homenagem ao arquiteto falecido aos 104 anos, em 5 de dezembro, na cidade do Rio de Janeiro. O desenho acima é um esboço do projeto da sede do Partido Comunista Francês, obra concluida em 1980.

A esclarecer que o comunista, de forma solidária e generosa, nada cobrava de trabalhos militantes como este.